Vladimir Putin
foi a Pequim para assistir à inauguração dos Jogos Olímpicos de Inverno e
encontrou-se com o seu homónimo chinês Xi Jinping, daí resultando um abundante
noticiário e uma forte mensagem de unidade russo-chinesa, veiculadas pela
imprensa internacional.
Na sua edição de
hoje o jornal espanhol La Vanguardia destaca que “China y Rusia se alían para hacer frente al poder de EE.UU.”, instando os
americanos a travar a expansão da NATO e a dissolver a aliança militar do
Indo-Pacífico”, enquanto o jornal El País
salienta que os dois países “frente al enimigo común, [mostraram] una elocuente
exhibición de unidad”. Do outro lado do Atlântico, também o jornal
brasileiro Estado de S.Paulo destacou
em título de primeira página que “Putin e Xi decidem selar aliança contra Otan
e EUA”. Os mais influentes jornais americanos noticiaram a abertura dos Jogos
Olímpicos e, quase em tom de aviso, escreveram em títulos de primeira página: “a show of strength and unity” (The Washington Post), “Putin, Xi unite
in challenge to U.S.” (The Wall Street Journal) e “China shows it has arrived” (Houston Chronicle).
Este encontro
entre Xi e Putin reforçou a aliança russo-chinesa e traduziu-se no apoio chinês
às posições russas sobre a Ucrânia e sobre o alargamento da Nato, mas também no
apoio russo às teses chinesas sobre Taiwan e de contestação à aliança estratégica
designada por AUKUS.
Bom seria que os
falcões da Nato ouvissem os líderes moderados europeus e que se contivessem no discurso
e no envio de material militar para a Ucrânia, por vezes a parecer criar um
pretexto para uma intervenção russa. Que os nossos comentadores geopolíticos se desencostem.
Quem semeia ventos pode colher
tempestades. O assunto é sério e cabe aqui perguntar uma vez mais: quem provoca
quem?
Isto preocupa muito mexilhão, digo, pacifista.
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