sábado, 5 de fevereiro de 2022

Os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim

A cerimónia inaugural dos XXIV Jogos Olímpicos de Inverno realizou-se ontem no Estádio Nacional de Pequim, conhecido desde 2008 como o Ninho de Pássaro, tendo o presidente chinês Xi Jinping feito a tradicional declaração solene de abertura. Nesta edição vão participar 2900 atletas representando 91 países, entre os quais Portugal, que embora não tenha qualquer tradição nos desportos de inverno, se fará representar por três atletas, certamente imbuídos do verdadeiro espírito olímpico.
Os Jogos Olímpicos deveriam ser a festa maior do desporto mundial, mas são cada vez mais sujeitos a incidências que os afastam do espírito com que foram recriados em 1896 pelo barão Pierre du Coubertin e que se traduz na frase “o importante é competir”.
As disputas políticas entram frequentemente nos Jogos e, assim acontece agora em Pequim, com boicotes diplomáticos e com algumas acusações ao governo chinês por suposta violação de direitos humanos nos seus territórios. Foram os Estados Unidos que no dia 6 de Dezembro anunciaram um boicote diplomático aos Jogos, declarando que não enviariam qualquer representante oficial à China como forma de protesto. Dois dias depois, a Austrália, o Canadá e o Reino Unido solidarizaram-se com a posição americana, a que se seguiram a Bélgica, a Dinamarca, a Lituânia e o Kosovo, enquanto o Japão se aproximou desta posição. Três outros países – a Nova Zelândia, a Suécia e os Países Baixos – invocaram a pandemia do covid-19 para não enviar qualquer representante diplomático à China.
Estes boicotes de natureza política são lamentáveis e não acontecem pela primeira vez. Entretanto, Pequim torna-se a primeira cidade que recebe tanto os Jogos Olímpicos de Verão como os de Inverno, embora tenha sido necessário produzir neve artificial para satisfazer todos os requisitos das diferentes modalidades.

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