A cerimónia
inaugural dos XXIV Jogos Olímpicos de Inverno realizou-se ontem no Estádio
Nacional de Pequim, conhecido desde 2008 como o Ninho de Pássaro, tendo o presidente chinês Xi Jinping feito a tradicional
declaração solene de abertura. Nesta edição vão participar 2900 atletas
representando 91 países, entre os quais Portugal, que embora não tenha qualquer
tradição nos desportos de inverno, se fará representar por três atletas,
certamente imbuídos do verdadeiro espírito olímpico.
Os Jogos
Olímpicos deveriam ser a festa maior do desporto mundial, mas são cada vez mais
sujeitos a incidências que os afastam do espírito com que foram recriados em
1896 pelo barão Pierre du Coubertin e que se traduz na frase “o importante é
competir”.
As disputas
políticas entram frequentemente nos Jogos e, assim acontece agora em Pequim,
com boicotes diplomáticos e com algumas acusações ao governo chinês por suposta
violação de direitos humanos nos seus territórios. Foram os Estados Unidos que
no dia 6 de Dezembro anunciaram um boicote diplomático aos Jogos, declarando que
não enviariam qualquer representante oficial à China como forma de protesto. Dois
dias depois, a Austrália, o Canadá e o Reino Unido solidarizaram-se com a posição
americana, a que se seguiram a Bélgica, a Dinamarca, a Lituânia e o Kosovo,
enquanto o Japão se aproximou desta posição. Três outros países – a Nova
Zelândia, a Suécia e os Países Baixos – invocaram a pandemia do covid-19 para não enviar qualquer
representante diplomático à China.
Estes boicotes de
natureza política são lamentáveis e não acontecem pela primeira vez. Entretanto,
Pequim torna-se a primeira cidade que recebe tanto os Jogos Olímpicos de Verão
como os de Inverno, embora tenha sido necessário produzir neve artificial para
satisfazer todos os requisitos das diferentes modalidades.
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