A famosa revista The
New Yorker que se dedica sobretudo à cobertura da vida cultural da
cidade de Nova Iorque, vulgarmente conhecida como a Big Apple, tem uma circulação semanal superior a um milhão de
exemplares e tem leitores não só na grande metrópole dos Estados Unidos, mas
também em todo o território americano. O seu conteúdo consta de críticas,
ensaios, reportagens de investigação e, por vezes, textos de ficção. A sua
característica urbana e cosmopolita, bem como os seus comentários sobre a vida
da cidade, a cultura popular e as suas práticas, associados ao seu humor
inteligente e perspicaz, conferem a esta revista uma enorme reputação, quer
entre o público, quer entre a comunicação social americana.
Na sua mais
recente edição, a revista publica uma gravura de homenagem à Ucrânia e ao seu
líder Volodymyr Zelensky e inclui um artigo intitulado “O Papa, os Patriarcas e
a batalha para salvar a Ucrânia”, assinado por Paul Elie, no qual faz uma
pergunta: outros Papas conseguiram temperar tiranos; Francisco pode fazer
alguma coisa sobre Vladimir Putin?
O longo texto
aborda o tradicional papel dos Papas na mediação dos conflitos e refere o
encontro do Papa Francisco, o líder da Igreja Católica Apostólica Romana, com
Kirill, o Patriarca do Cristianismo Ortodoxo Russo, que aconteceu em Havana em
2016 e que foi o primeiro entre os líderes das duas Igrejas, desde o Cisma de
1054. Assinaram então uma declaração conjunta e prometeram esforços no sentido
da reconciliação das duas Igrejas. Francisco e Kirill estenderam as mãos e a esperança era grande.
Porém,
seis anos depois, os apelos do Papa e a declaração conjunta de 2016 estão
mortos. O patriarca Kirill já elogiou a invasão russa, enquanto o Papa
Francisco tem condenado a guerra em termos gerais, sem nomear a Rússia de Putin
como agressora. Porém, a diplomacia religiosa funcionou durante a 2ª Guerra
Mundial com Pio XII, esteve activa na crise de Cuba de 1962, na crise polaca
de 1980 no apoio ao sindicato Solidariedade e em muitas outras ocasiões.
Francisco e a
Igreja Católica têm autoridade moral e devem usá-la. É o que diz Paul Elie.
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