domingo, 13 de março de 2022

A intervenção do Papa pode trazer a paz

A famosa revista The New Yorker que se dedica sobretudo à cobertura da vida cultural da cidade de Nova Iorque, vulgarmente conhecida como a Big Apple, tem uma circulação semanal superior a um milhão de exemplares e tem leitores não só na grande metrópole dos Estados Unidos, mas também em todo o território americano. O seu conteúdo consta de críticas, ensaios, reportagens de investigação e, por vezes, textos de ficção. A sua característica urbana e cosmopolita, bem como os seus comentários sobre a vida da cidade, a cultura popular e as suas práticas, associados ao seu humor inteligente e perspicaz, conferem a esta revista uma enorme reputação, quer entre o público, quer entre a comunicação social americana.
Na sua mais recente edição, a revista publica uma gravura de homenagem à Ucrânia e ao seu líder Volodymyr Zelensky e inclui um artigo intitulado “O Papa, os Patriarcas e a batalha para salvar a Ucrânia”, assinado por Paul Elie, no qual faz uma pergunta: outros Papas conseguiram temperar tiranos; Francisco pode fazer alguma coisa sobre Vladimir Putin?
O longo texto aborda o tradicional papel dos Papas na mediação dos conflitos e refere o encontro do Papa Francisco, o líder da Igreja Católica Apostólica Romana, com Kirill, o Patriarca do Cristianismo Ortodoxo Russo, que aconteceu em Havana em 2016 e que foi o primeiro entre os líderes das duas Igrejas, desde o Cisma de 1054. Assinaram então uma declaração conjunta e prometeram esforços no sentido da reconciliação das duas Igrejas. Francisco e Kirill estenderam as mãos e a esperança era grande.
Porém, seis anos depois, os apelos do Papa e a declaração conjunta de 2016 estão mortos. O patriarca Kirill já elogiou a invasão russa, enquanto o Papa Francisco tem condenado a guerra em termos gerais, sem nomear a Rússia de Putin como agressora. Porém, a diplomacia religiosa funcionou durante a 2ª Guerra Mundial com Pio XII, esteve activa na crise de Cuba de 1962, na crise polaca de 1980 no apoio ao sindicato Solidariedade e em muitas outras ocasiões. 
Francisco e a Igreja Católica têm autoridade moral e devem usá-la. É o que diz Paul Elie.

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