domingo, 13 de março de 2022

A Ucrânia já vai no 18º dia de guerra

A guerra continua a devastar a Ucrânia, apesar de já ter havido alguns encontros entre ucranianos e russos para negociar um cessar-fogo que trave a tragédia humana, a violência e a destruição de um país. Como pontos de bloqueio às negociações parecem estar as condições impostas por cada uma das partes, pois os russos exigem que a Ucrânia se renda e os ucranianos exigem que a Rússia se retire do seu território. Uma negociação exige que cada uma das partes faça cedências e, nem uns nem outros, parecem dispostos a fazê-las, enquanto no terreno tudo se parece agravar.
Os diversos mediadores que mantêm canais de comunicação, tanto com Putin como com Zelensky, têm encontrado posições irredutíveis das partes e não há sinais de que se alterem nos próximos dias. Nenhuma das partes quer perder a face e aceitar um recuo ou uma derrota. Putin continua a ameaçar a Ucrânia com mais guerra, enquanto Zelensky se afirma preparado para resistir e vencer.
Entretanto, já ambos perderam, tal como a nossa Europa que vem assistindo a uma situação que não se imaginava e que está a mostrar que as suas lideranças não estão à altura do momento histórico que atravessamos. Onde deixaram isto chegar! Na sua última edição a revista Der Spiegel mostra a imagem de Putin envolvido em armas e escreve que “ele pode voltar”, numa insinuação às circunstâncias que levaram à tragédia que envolveu a Europa há oitenta anos. Seria uma catástrofe inimaginável.
Por isso, é preciso dizer não à guerra. É a altura de apoiar os refugiados ucranianos, mas não é a altura para avaliar quem são os bons e quem são os maus desta guerra, ou quem mais usa a mentira, ou quem mais se excede. Todas as guerras são feitas de excessos, como sabem os que nelas andaram metidos. Por isso, é necessário incentivar as partes a entenderem-se, muito depressa, para encontrar saídas que não sejam humilhantes para ninguém. É que já vão no 18º dia de guerra e o sofrimento já não tem medida.

1 comentário:

  1. É inconcebível, deplorável, criminoso, o que se está fazendo a milhões de seres humanos, independentemente das razões que assistem a cada uma das partes, que serão bem mais que duas.
    E quando a razão da força se impõe, é porque a sede de poder, a desumanidade, os interesses pessoais, conduzem ao que se vê, ignorando os mais elementares direitos e dignidade do ser humano.

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