O noticiário, tanto o nacional como o internacional, está a ser dominado pela guerra na Ucrânia que,
aparentemente, se está a intensificar, como se pode observar pelas imagens
televisivas que nos chegam e que mostram as explosões, as destruições e as
colunas de refugiados que atravessam as fronteiras. As notícias revelam que
prevalece a desinformação e a contrainformação produzidas por ambas as partes e
não é necessário ser-se perito em coisas militares para perceber que isso está a acontecer em larga escala. Na
realidade, sabemos muito pouco quanto à evolução da guerra nas cidades de Kiev
e Kharkiv, bem como nas cidades do sul, situadas na orla do mar Negro, como
Mariupol, Berdiansk, Melitopol, Kherson e Odessa. A ansiedade está a tomar
conta da Europa, não só devido aos elevados riscos nucleares que nos ameaçam,
mas também porque não se conhecem os desígnios de Putin e até onde ele pretende ir.
Neste contexto,
um simples jogo de futebol acaba por ser um alívio para a tensão que aflige as pessoas
e para que os canais televisivos deixem de nos massacrar repetidamente com as
mesmas notícias, muitas delas inverdadeiras. Hoje o Sporting e o FC Porto
defrontam-se em Lisboa, quando ainda estão vivos os graves incidentes ocorridos
no passado dia 11 de Fevereiro, após o jogo em que as duas equipas se
defrontaram. Desse dia ficou pouco mais do que a imagem positiva do abraço entre os dois treinadores,
hoje republicada em dois jornais desportivos. O que hoje se espera é que Amorim e
Conceição “estejam à altura do clássico” como diz o jornal A Bola, ou que estejam
“unidos pela paz” como escreve o jornal O Jogo, que acrescenta que “os treinadores
desarmadilharam clima de tensão antes do primeiro duelo na Taça de Portugal”.
Realmente,
perante a tragédia que está a acontecer no centro da Europa, não há quaisquer
razões para que esta noite aconteça outra coisa que não seja um jogo de futebol
pacífico, animado e divertido, isto é, um bom espectáculo com artistas inspirados.
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