sexta-feira, 25 de março de 2022

Ucrânia: um mês de guerra e de tragédia

Desde há muito tempo que aqui tem sido expressa a vontade de que termine a guerra na Ucrânia, que não haja mais mortes nem mais destruições, que cesse o movimento de muitos milhares de refugiados e que a paz regresse à Ucrânia. É sabido que não haverá vencedores e que nenhuma das partes vai aceitar a derrota, mas o cessar-fogo e a paz só serão possíveis se ambos fizerem cedências, sem perder a face perante os seus povos e o mundo.
Desde o dia 24 de Fevereiro que Putin é o agressor e que Zelensky é o agredido, mas o que se deseja agora é que cesse imediatamente a tragédia que está a destruir a Ucrânia. Depois, na mesa das negociações, haverá uma extensa agenda de acusações e de exigências, em que entra a história e a economia, a geopolítica e as relações internacionais e, de uma forma mais geral, uma nova arquitectura para o futuro do mundo, pois nada vai ser como antes. O que está a acontecer na Ucrânia é apenas a ponta do iceberg da instabilidade mundial, que tem estado adormecida desde o fim da Guerra Fria, da implosão do império soviético e da queda do muro de Berlim.
Aparentemente nada correu bem a Putin, não só no plano militar, mas sobretudo na reacção internacional que provocou na Europa e nos Estados Unidos, que se uniram perante a ameaça comum. Embora a guerra da informação não esteja necessariamente alinhada com a verdade, ao fim de um mês de operações em território ucraniano, parece que os russos encontraram inesperadas dificuldades e que, segundo hoje destaca o jornal Libération, a Ucrânia passou de uma fase defensiva e de resistência para uma fase ofensiva.
Porém, talvez se possa pensar que se trata de movimentações tácticas para ganhar posições no tabuleiro das negociações que se seguirão ao ansiado cessar-fogo, pois prosseguem as discretas negociações entre as partes, para além de de que há diversas diplomacias envolvidas nesse processo. No entanto, é preciso que ambas as partes apareçam como vencedoras e sem a carga de uma humilhante derrota.

Sem comentários:

Enviar um comentário