A Bienal
Internacional do Livro de S. Paulo, este ano na sua 26ª edição, é um evento
literário de grande importância na vida cultural brasileira que teve Portugal
como convidado de honra, razão porque registou a presença de mais de duas
dezenas de escritores portugueses e lusófonos. O Presidente da República
Portuguesa decidiu participar na inauguração desse evento, mostrando o seu
apoio aos escritores e aos editores portugueses, mas também o seu empenho no
reforço da amizade entre Portugal e o Brasil. Nesta sua deslocação, Marcelo
Rebelo de Sousa viajou para o Brasil num voo especial da TAP para celebrar a primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul realizada
há cem anos por Gago Coutinho e Sacadura Cabral, tendo participado numa
cerimónia pública no Rio de Janeiro em que foi descerrada uma placa
comemorativa alusiva a essa viagem. Segundo foi noticiado, Marcelo foi nadar na
praia da Copacabana com os jornalistas à sua volta como tanto gosta, ofereceu uma
recepção à comunidade portuguesa do Rio de Janeiro e, depois em S. Paulo,
ofereceu mais uma recepção à comunidade portuguesa desta cidade, bem como um
almoço aos editores e escritores portugueses presentes na Bienal. Encontrou-se
com os antigos presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luis Inácio Lula da Silva
e Michel Temer, mas Jair Bolsonaro, o actual presidente do Brasil, desconvidou-o
para um encontro com almoço em Brasília que estivera programado.
Através
das fotografias divulgadas pela própria presidência, vemos que a viagem foi
bem divertida e animada, com as cenas popularuchas do costume, as selfies, os abraços e os incontáveis microfones à volta. Ao mesmo tempo pudemos
ver como era alargada a comitiva presidencial e como foi elevado o número de
jornalistas que o acompanharam nesta viagem. Não se justifica tanta gente neste
tipo de viagens, porque tudo isso é pago com os nossos impostos que são bem
altos. O presidente sabe isso, mas actua como se o recurso orçamental fosse
inesgotável.
Foi
dito que esta viagem foi “a oportunidade para se falar mais de Portugal”, mas o
exemplo do jornal Estado de S. Paulo mostra que não foi assim, pois este jornal dedica
um grande espaço da sua capa à 26ª Bienal Internacional do Livro, mas refere
apenas um português que é o escritor Valter Hugo Mãe e não Marcelo Rebelo de Sousa.
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