O Jornal
de Angola anunciou na sua edição de ontem que, com a mediação do
presidente João Lourenço, a República Democrática do Congo (RDC) e o Rwanda
tinham acordado o cessar-fogo imediato.
Uma parte da RDC
(que tem 90 milhões de habitantes e a capital em Kinshasa) e o Rwanda (que tem
13 milhões de habitantes e a capital em Kigali) localizam-se na região dos
Grandes Lagos, que é uma área geográfica africana de abundantes recursos minerais, mas
também de muitas tensões étnicas, pelo que tem havido conflitos armados nessa região desde
há várias décadas. Recentemente, os guerrilheiros do Movimento 23 de Março (M23), que têm o apoio do Rwanda e que há alguns anos já tinham sido derrotados pelas
tropas da RDC, retomaram a sua luta e ocuparam a localidade congolesa de
Bunagana, na região do Kivu Norte, que faz fronteira com o Rwanda.
Ambos os países
se acusaram mutuamente de apoio a grupos rebeldes, ambos aumentaram as suas ameaças
em relação ao rival e as forças armadas nacionais de ambos os países
intervieram. Foi o início da guerra. Foi então que João Lourenço, o presidente
da República Popular de Angola, foi mandatado pela União Africana para mediar o
conflito. Os presidentes Félix Tshisekedi da RDC e Paul Kagame do Rwanda vieram
a Luanda e a acção do presidente João Lourenço foi bem sucedida.
Que pena não
haver líderes europeus tão prestigiados e tão eficazes como foi João Lourenço,
para mediar o doloroso e destruidor conflito que decorre no território ucraniano.
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