Os jornais de
quase todo o mundo publicaram a fotografia de Liz Truss, a primeira-ministra
britânica que ocupou o nº 10 de Downing Street apenas por 45 dias. Esta
insólita demissão é o resultado de várias trapalhadas cometidas por alguns dos
seus ministros, da fragmentação do seu partido e da contestação resultante da
crise económica e social por que passa o Reino Unido, mas também da forma
imprudente e insensata como ela conduziu a sua governação, pois tendo sido
escolhida por se apresentar como a herdeira política de Margareth Thatcher ou
da Dama de ferro, veio a comportar-se
como uma Dama de barro, conforme hoje
se lhe refere o diário espanhol ABC.
Este
acontecimento político teve repercussão mundial e foi mais um caso a afectar o
prestígio internacional do Reino Unido e a evidenciar o desnorte da sua
governação, sobretudo desde que, no dia 31 de Janeiro de 2020, se consumou o
Brexit. Muitos britânicos ainda não compreenderam a mudança e na Escócia, as
repartições públicas, continuam a hastear a bandeira da União Europeia.
A persistente
instabilidade política no Reino Unido já levou a oposição trabalhista a pedir
eleições antecipadas. Talvez seja a solução mais apropriada, pois a actual
situação de incerteza política e de crise social pode acelerar o processo de
fragmentação do Reino Unido, sobretudo pelos fortes sentimentos separatistas da
Escócia e da Irlanda do Norte.
O sonho de Liz
Truss se tornar uma Margareth Thatcher do século XXI gorou-se, mas é tão grande
a diversidade de ideias e de interesses dentro do Partido Conservador, que já
ninguém acredita que a estabilidade possa surgir sem que haja eleições
antecipadas.
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