Como consequência
das eleições realizadas no dia 25 de Setembro, tomou hoje posse o novo governo
italiano chefiado por Giorgia Meloni, que substitui o governo de unidade
nacional que foi liderado por Mario Draghi. O novo governo resulta de uma
coligação de direita em que se uniram os Fratelli
de Italia de Giorgia Meloni, a Forza
Italia de Silvio Berlusconi e a Liga Norte
de Matteo Salvini, sendo o mais direitista governo italiano desde os tempos
de Benito Mussolini e da 2ª Guerra Mundial. Os 24 ministérios serão distribuídos
pelos Fratelli de Italia (8), pela Forza Italia (6) e pela Liga Norte (4), havendo seis ministérios
que serão ocupados por técnicos.
A Itália e a Europa interrogam-se sobre o que
vai acontecer com esta coligação de uma direita pós-fascista e extremista, com
uma direita liberal populista personalizada em Berlusconi e uma extrema-direita
regionalista, separatista e anti-europeia representada por Salvini. Embora
estes partidos tenham feito grandes ziguezagues ideológicos nos últimos tempos
por táctica eleitoral, os seus princípios são nacionalistas, populistas, eurocépticos,
anti-emigrantes e anti-federais. A Europa está preocupada.
Este será o 68º governo
italiano desde 1946 e pela primeira vez será presidido por uma mulher, mas
enfrenta enormes desafios, incluindo uma recessão iminente, uma inflação
crescente, o aumento das contas da energia e, sobretudo, a guerra da Ucrânia
sobre a qual não parece haver uma posição unânime no governo.
A Itália que é a
terceira maior economia da Zona Euro, pode inaugurar uma nova era de governos
de extrema-direita na União Europeia, mas vai certamente introduzir muita
incerteza na vida política europeia num futuro próximo. O jornal romano La
Repubblica destaca hoje o título Meloni,
patria e famiglia, que nos remete para ideologias de tipo fascizante.
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