Um segmento da
ponte de Kerch, que liga o território da Rússia continental com a península da
Crimeia, ou que atravessa o estreito que liga o mar Negro com o mar de Azov,
foi destruído ontem em resultado de uma explosão de grande violência, provocada
pelo incêndio de diversos vagões com combustíveis. Foi um duro golpe para o
orgulho da Rússia e foi uma grande vitória para a Ucrânia. O jornal espanhol El
Mundo noticia esse duro golpe e diz que Putin procura um contragolpe, o
que pode significar a escalada e as suas imprevisíveis consequências.
Aquela ponte foi
construída depois da anexação russa da Crimeia em 2014 e representou a
determinação russa no que respeita à integração daquela península ucraniana,
embora a sua construção sempre tivesse sido condenada internacionalmente. A sua
inauguração em 2018 como a maior ponte da Europa, passou a ser um símbolo da
capacidade tecnológica da engenharia russa, mas também uma afirmação de poder,
ao ligar fisicamente o território russo com a península da Crimeia. Porém, a
importância da ponte é não só simbólica, mas também logística pois assegura o
reabastecimento da península da Crimeia. Por isso, esta ocorrência não pode ter
sido uma casualidade, pois integra-se nas operações de guerra que decorrem na
Ucrânia desde 24 de Fevereiro de 2022, sendo mais um exemplo das trágicas
destruições que estão a devastar aquela região. Depois das derrotas que tiveram
na sua tentativa de dominar Kiev e da perda do cruzador Moskva, esta operação sobre a ponte de Kerch é mais uma humilhante
derrota para os russos. Quem imaginasse que o inverno podia vir a aconselhar as partes a começarem a moderar-se e a negociar, deve ter-se enganado. O ataque à ponte de Kerch veio enfurecer o orgulho russo e não ajuda os esforços de paz nos
próximos tempos, o que é cada vez mais preocupante. Muito preocupante.
A Mídia podia informar as pessoas que foi um inocente do Azerbaijão que morreu ao transportar 100 a 150 kg de explosivos no seu camião sem saber.
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