segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Ainda sobre a festa argentina no Qatar

O futebol é, certamente, o mais importante fenómeno social do nosso tempo. As suas características, simultaneamente de espectáculo artístico e de jogo, geram um entusiasmo único e universal, mesmo nos países e regiões onde ainda não conquistou a unanimidade do gosto popular. Por isso, a vitória da Argentina no Qatar 2022 ocupa as primeiras páginas dos jornais de todo o mundo, incluindo alguns países onde o futebol ainda não foi adoptado pelas elites e não conquistou as multidões, como acontece nos Estados Unidos, na China, na Índia ou na Indonésia.
Todos os grandes jornais mundiais de referência destacam hoje a vitória argentina e desfazem-se em elogios a Lionel Messi que, na realidade, tem um talento futebolístico único. Habituados a ver que as notícias argentinas que nos chegam se costumam referir a crises económicas, a bancarrotas, a hiperinflações ou a situações de instabilidade política, quem imaginaria que o The Washington Post ou o The Wall Street Journal, bem como o The Times of India ou o China Daily, viessem hoje destacar nas suas edições o futebol e a Argentina, mas também a figura de Lionel Messi? São sinais dos tempos, que podem inspirar novas soluções, para novas situações. Assim, bom seria que o conflito que está a destruir a Ucrânia e a levar a dor à população ucraniana, pudesse ser resolvido de forma semelhante a um jogo de futebol, com ou sem prolongamento, com ou sem penaltis.
Não é tolerável que no território da Ucrânia haja tanta teimosia, tanto sofrimento e tanta destruição, ao contrário do que aconteceu no Qatar, onde houve tanta arte, tanta alegria e tanta festa.

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