A Organização das
Nações Unidas, através do seu Departamento de Assuntos Económicos e Sociais
publicou no passado verão o World
Population Prospects 2022, no qual se estima que a população mundial
ascenderia a um total de 8.000 milhões de pessoas no dia 15 de Novembro de
2022. A informação era apresentada como um motivo de celebração mas, ao mesmo
tempo, continha uma chamada de atenção para a Humanidade, no sentido de
encontrar novas soluções para os novos desafios que enfrenta.
A população
mundial demorou 125 anos para passar de mil milhões para dois mil milhões de
habitantes e, em 1952, era de 2.500 milhões de pessoas. Desde então, tem-se multiplicado cada vez de forma mais acelerada e, em apenas
onze anos, passou de 7 mil para 8 mil milhões de pessoas. Cerca de 80% desse
crescimento demográfico aconteceu nos países em vias de desenvolvimento,
sobretudo em países que não têm políticas de planeamento familiar.
O problema é que
muita gente vive na pobreza, sem trabalho e sem segurança alimentar, isto é,
não tem as necessidades básicas satisfeitas. A contínua pressão demográfica vai
exigir o aumento da produção alimentar, o que também vai exigir mais pressão
sobre os recursos e um enorme impacto sobre o meio ambiente. Daí resultarão
mais conflitos, mais migrações e maior instabilidade e incerteza.
O diário catalão el
Periódico escolheu esse assunto como tema principal na sua edição de hoje
e selecionou duas frases, que reproduz em primeira página, que sintetizam as
conclusões do seu estudo: “El mundo afronta el reto de optimizar el reparto de recursos y responsabilidades. El problema no es cuantas
personas habitan la Tierra, sino cómo se organizan”.
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