sábado, 21 de janeiro de 2023

A guerra na Ucrânia sem sinais de trégua

A guerra na Ucrânia está quase a perfazer um ano e os cenários de morte e de destruição são impressionantes. A dimensão da catástrofe humanitária é aterradora e não há sinais de que alguém procure o cessar-fogo, as negociações e a paz. Pelo contrário, a linguagem da guerra é cada vez mais agressiva, com cada uma das partes a pretender destruir o adversário. O povo ucraniano sofre e acaba por ser a vítima do confronto de interesses que não serão os seus.
Ninguém imaginava que a vontade ucraniana de se juntar à União Europeia e à NATO, pudesse levar à intervenção da Rússia e a um confronto que, cada vez mais, tem envolvimentos internacionais e que é demasiado perigoso para o futuro do nosso planeta. 
Muitos procuram o confronto e poucos procuram o consenso. Na sua edição de ontem, o diário holandês Trouw que se publica em Amesterdão, destaca o conflito em curso e ilustra a sua primeira página com um mapa da Ucrânia, mostrando as silhuetas do tanque inglês Challenger 2 e do tanque alemão Leopard 2A4, parecendo sugerir que serão esses tanques que poderão resolver a situação militar a favor da Ucrânia. O título da notícia salienta que o Ocidente vai aumentar o seu apoio em armamento na esperança de desequilibrar a situação que, desde há várias semanas, parece ser estável na frente de combate. Porém, as silhuetas dos tanques podem sugerir aos leitores que eles serão a chave para a vitória ucraniana, mas essa sugestão é enganadora, porque o poder militar depende de vontades, de estratégias, de qualificações e de um mix de armamento, que envolve muitos outros meios como os aviões, os mísseis, a artilharia e os drones, entre outros. Os ucranianos “exigem” tanques modernos para derrotar os russos, mas isso pode significar uma escalada no conflito que muitos dos seus aliados e amigos não querem. A Ucrânia vem denunciando a “indecisão geral” dos seus aliados quanto ao fornecimento de tanques, sobretudo os famosos Leopard 2A4 alemães, mas muitos especialistas afirmam que aquela guerra não tem solução militar, embora haja demasiados políticos que não os ouvem.

Sem comentários:

Enviar um comentário