A problemática
das alterações climáticas está cada vez mais presente nas nossas vidas e, mesmo
os não especialistas, já assumiram a gravidade da situação. Ontem registamos as
inundações na Emilia-Romana, hoje destacamos os incêndios florestais na província
canadiana de Alberta, que tem a sua capital na cidade de Edmonton e uma
população de mais de quatro milhões de habitantes. As elevadas temperaturas que
têm afectado o oeste do Canadá anteciparam a época dos incêndios e a população
está a ser afectada por inúmeros megaincêndios florestais, que desde o início
do mês assolam quatro províncias canadianas, designadamente Alberta, Colúmbia
Britânica, Saskatchewan e Manitoba, onde cerca de quatro dezenas de milhar de moradores
foram obrigados a abandonar as suas casas. Tem havido muitos protestos da
população contra a impreparação das autoridades para enfrentar a situação, ou
até a sua passividade perante os poderosos interesses da indústria do petróleo,
mas ontem “tinham chegado finalmente os bombeiros do Quebec e Ontario”.
Embora o Canadá
esteja na vanguarda na questão das alterações climáticas, trata-se do quarto
maior produtor de petróleo do mundo, de que cerca de 80% é explorado
exactamente na província de Alberta. Os incêndios têm afectado a população, mas
também os produtores de petróleo e gás natural, tendo muitas explorações
interrompido as suas operações como medida de precaução.
Dadas as relações
históricas entre o Canadá e a França, o jornal francês Libération decidiu enviar
uma equipa de reportagem para Alberta onde estão activos 110 incêndios dos
quais 37 são considerados fora de controlo. Na sua edição de hoje, o jornal
desvalorizou todo o noticiário internacional e dedicou toda a sua primeira
página ao drama do Canadá, onde se cruzam alterações climáticas, incêndios florestais e... os interesses da indústria do petróleo,
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