Na sua última
edição, a conceituada revista americana Newsweek dedica uma parte do seu
conteúdo a um problema pouco conhecido, que é o movimento separatista texano
encabeçado pelo Texas Nationalist Movement (TNM), um grupo que tem feito
campanha para que o estado do Texas se separe dos Estados Unidos e se torne um país
independente. Já está criada a abreviatura Texit,
por semelhança com o Brexit.
O Texas é, depois
do Alaska, o maior estado americano e, depois da Califórnia, o mais populoso
dos 50 estados da União, com os seus 29 milhões de habitantes. Foi explorado e
colonizado pela Espanha, passou a ser controlado pelo México quando este país
se tornou independente e, em 1839, tornou-se uma república independente, embora
em 1845 se tivesse tornado o vigésimo oitavo estado dos Estados Unidos. Desse tempo
ficou-lhe a designação de Lone Star State
ou Estado da Estrela Solitária, como memória da sua luta pela independência do
México e da sua bandeira com uma só estrela.
No passado mês de
dezembro, o TNM entregou uma petição com 139.456 assinaturas exigindo que fosse
incluído nas eleições primárias de março de 2024 um referendo consultivo sobre
a independência do Texas, mas essa petição foi rejeitada por ter sido apresentada
com atraso e porque a grande maioria das assinaturas da petição eram inválidas.
Escreveu-se então que “o plano de independência do Texas sofreu um grande
golpe”.
Mais
recentemente, o Supremo Tribunal Federal autorizou que “as autoridades federais
removessem partes de uma barreira de arame farpado que o governo do Texas havia
erguido ao longo da fronteira com o México”. O governo do Texas contestou essa
decisão e considerou tratar-se de uma afronta à Texas National Guard, afirmando
que o governo do Texas tem a autoridade constitucional para proteger a sua
fronteira. A colisão entre a visão federal e a visão estadual tem-se acentuado.
Entretanto Daniel Miller, que é o líder do TNM, prevê "um referendo
de independência bem-sucedido que conduza a um processo de negociação entre
Austin e Washington, originando dois países independentes mas
estreitamente ligados", embora também afirme que isso só venha a acontecer daqui a trinta
anos.
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