Os franceses vão
hoje às urnas e daí que o jornal La Voix du Nord, que se publica na
cidade de Lille, em tom de solene proclamação, tenha escolhido a frase: “Aux
urnes citoyens!”, como título principal da sua edição de hoje.
Estas eleições
deveriam acontecer apenas em 2027, mas foram convocadas pelo presidente
Emmanuel Macron após a derrota do seu partido nas recentes eleições de 9 de
junho para o Parlamento Europeu, em que se verificou a surpreendente subida do
Rassemblement National, o partido da extrema-direita que é presidido por Marine
Le Pen.
As sondagens dão
a vitória à extrema-direita, com hipóteses de conseguir uma maioria absoluta, o
que pode mergulhar a França num cenário de instabilidade que pode contagiar a
Europa, enquanto a coligação de esquerda da Nova Frente Popular pode chegar aos
29% e o partido liberal de Emmanuel Macron se ficará pelos 20%. A
confirmarem-se estas sondagens, poder-se-à dizer que é uma tempestade política
em França e que a segunda volta, que se realizará no dia 7 de julho, nada trará
de novo. Macron deve ter sonhado que poderia ser um novo Napoleão inspirador dos franceses, exorbitou no seu
protagonismo europeu e descuidou-se internamente, tendo os franceses percebido que ele não
passa de um Napoléon de poche.
Porém, esta
tempestade política francesa também irá produzir efeitos no conjunto da União
Europeia e vai mostrar que não são apenas os franceses que estão descontentes
com Macron. Certamente que, noutros estados-membros, também os seus nacionais não
estão satisfeitos com o rumo que os seus dirigentes estão a dar aos assuntos
políticos europeus, nomeadamente com a questão ucraniana, com os seus discursos
belicistas e com o seu seguidismo em relação aos interesses americanos.
A derrota
anunciada de Macron é, certamente, um pré-aviso para todos os europeus e,
naturalmente, para os portugueses.
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