Está a decorrer
na cidade russa de Kazan a 16ª Cimeira Anual dos BRICS, na qual participam os
países do núcleo inicial – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – assim
como os novos membros – Arábia Saudita, Egipto, Etiópia, Irão e Emirados Árabes
Unidos, mas também outros países candidatos, ou convidados a assistir à
Cimeira. Estão em Kazan mais de 20 chefes de Estado e de Governo dos chamados
países emergentes, representando cerca de 45% da população mundial e cerca de
35% da economia global.
O anfitrião é
Vladimir Putin, que receberá Xi Jinping, Narendra Modi e Cyril Ramaphosa, já
que Lula da Silva estará ausente por razões de saúde. Todo o comentariado
assinala que o potencial económico dos BRICS já ultrapassa o G7 e que a sua
influência geopolítica é cada vez maior, referindo também que esta Cimeira está
a servir para Putin mostrar que a Rússia não está isolada e que tem amigos, ao
contrário do que afirma repetidamente a propaganda ocidental.
Os BRICS e as
suas Cimeiras estão a tornar-se um desafio às políticas dos países ocidentais,
marcadas por muita arrogância de que “o outro lado do mundo não gosta nem
aceita”, porque lhes recorda os tempos de humilhação colonial. A decisão
geopolítica ocidental de levar a NATO a entrar profundamente em território
russo e para além da longitude de Moscovo, tal como os apoios expressos ou
implícitos à crueldade israelita contra os seus vizinhos, são sinais de que “o
outro lado do mundo não gosta nem aceita”. Por isso, a Cimeira dos BRICS também
é um aviso para alguns líderes ocidentais que, manifestamente, parecem não
conhecer a mentalidade dos povos do outro lado do mundo.
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