Apesar do clima de crise e de recessão que paira sobre o país, muitos portugueses continuam a endividar-se para ir de férias ou para fazer viagens. Esta é conclusão de um estudo realizado pela Marktest por encomenda da Mastercard, que mostra que mesmo num ano em que os consumidores resolveram cortar na adesão e no uso de cartões de crédito, o pagamento de férias e viagens foi a categoria de despesas que registou o maior aumento.
No entanto, em 2011 houve uma contracção generalizada do consumo, que se reflectiu quer nas compras a débito, quer nas compras a crédito. O número de cartões de crédito activos e o seu uso pelos consumidores portugueses, registaram os níveis mais baixos desde 2008 e o decréscimo acumulado desde então no uso desses cartões de crédito foi de cerca de 15%, o que significa que os portugueses estão a adoptar comportamentos mais racionais e mais responsáveis, ajustando os seus hábitos de consumo e mudando do crédito para o débito. Tudo muito racional.
O que realmente surpreende é o endividamento dos portugueses para fazer férias. Como se não bastasse o endividamento por compra de casa própria, de automóvel ou de outros bens de consumo duradouro, os portugueses endividam-se para fazer praia em Tenerife ou Cancun ou para fazer um cruzeiro no Mediterrâneo ou, ainda, passar uns dias na serra Nevada.
O slogan “faça férias e pague depois” que, ainda há poucos anos era abundantemente publicitado pela Banca, muito contribuiu para este vício do cartão de crédito e para a armadilha do dinheiro de plástico.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Afinal, o Mota é muito vulgar
Numa altura em que as notícias e os sinais da crise já assustam, com os transportes públicos cheios de pessoas inquietas e tristes, com o desemprego e a pobreza a aumentarem e com as lojas e os restaurantes sem clientes, a notícia do Correio da Manhã é um verdadeiro murro no estômago. O jovem ministro, que é um político profissional, quando era deputado deslocava-se para a Assembleia da República numa Vespa e utilizou esse mesmo transporte no dia da sua tomada de posse, mas deslumbrou-se e utiliza agora um luxuoso Audi A7 novo, avaliado em 86 mil euros.
Os serviços do ministério desculparam-se ao afirmar que o carro foi comprado por concurso lançado pelo anterior governo e que o ministro não dispunha de qualquer viatura desde que tomou posse. São tão ridículas essas justificações que nem merecem comentário.
O ministro deveria ter recusado esse carro novo que é uma afronta para os idosos, para os desempregados, para os funcionários públicos, enfim, para todos os contribuintes.
E este não é um ministro qualquer: é o Ministro da Solidariedade e Segurança e Social. Ele deveria dar o exemplo de sobriedade e de solidariedade, numa altura em que uma boa parte da população, começa a passar fome e a não ter dinheiro para os seus medicamentos, nem para fazer face às suas necessidades básicas.
Ao utilizar aquela luxuosa viatura no actual contexto social, o ministro Pedro Mota Soares passou "da jeropiga para o whisky velho" e surpreendeu, tornando-se uma personagem muito vulgar que não resistiu ao novo-riquismo que tanto tem contribuido para nos afundar.
Os serviços do ministério desculparam-se ao afirmar que o carro foi comprado por concurso lançado pelo anterior governo e que o ministro não dispunha de qualquer viatura desde que tomou posse. São tão ridículas essas justificações que nem merecem comentário.
O ministro deveria ter recusado esse carro novo que é uma afronta para os idosos, para os desempregados, para os funcionários públicos, enfim, para todos os contribuintes.
E este não é um ministro qualquer: é o Ministro da Solidariedade e Segurança e Social. Ele deveria dar o exemplo de sobriedade e de solidariedade, numa altura em que uma boa parte da população, começa a passar fome e a não ter dinheiro para os seus medicamentos, nem para fazer face às suas necessidades básicas.
Ao utilizar aquela luxuosa viatura no actual contexto social, o ministro Pedro Mota Soares passou "da jeropiga para o whisky velho" e surpreendeu, tornando-se uma personagem muito vulgar que não resistiu ao novo-riquismo que tanto tem contribuido para nos afundar.
domingo, 27 de novembro de 2011
O nosso fado como património cultural
A UNESCO adoptou em 2003 uma convenção sobre património cultural imaterial, onde se incluem as práticas, representações, expressões, conhecimentos e aptidões, assim como os instrumentos, objectos, artefactos e espaços culturais que lhes estão associados, que as comunidades, os grupos ou os indivíduos reconheçam como fazendo parte integrante do seu património cultural.
Desde 2008, o primeiro ano em que a convenção se materializou, que a UNESCO já classificou 213 candidaturas que foram aprovadas e integradas na Representative List of the Intangible Cultural Heritage of Humanity. Hoje, o Fado passou a integrar essa Lista, juntando-se, por exemplo, ao tango, ao flamenco e à ópera chinesa, o que constitui um facto relevante no panorama da cultura portuguesa.
A candidatura portuguesa foi muito bem preparada e foi muito apoiada pela comunicação social. Durante alguns dias a crise financeira e o orçamento para 2012 foram esquecidos. Falou-se de fado e ouviu-se fado a toda a hora, tendo sido produzidas inúmeras declarações que salientaram os benefícios da candidatura: o reconhecimento do que "já estava no coração das plateias internacionais", a “reconciliação nacional” com o fado, uma nova oportunidade para o “negócio das casas de fado”, a consagração das novas gerações de fadistas, entre muitos outros.
Porém, a mais surpreendente declaração surgiu da fadista Mariza ao defender que o fado deve passar a ser ensinado nas escolas, constituindo um factor de orgulho para os portugueses e defendendo a inclusão do fado na disciplina de História no 7º ou 8º ano de escolaridade. Podemos rejogizar-nos com a decisão da UNESCO, mas não nos podemos embriagar com tanto fado! Nem tanto ao mar, nem tanto à terra...
Desde 2008, o primeiro ano em que a convenção se materializou, que a UNESCO já classificou 213 candidaturas que foram aprovadas e integradas na Representative List of the Intangible Cultural Heritage of Humanity. Hoje, o Fado passou a integrar essa Lista, juntando-se, por exemplo, ao tango, ao flamenco e à ópera chinesa, o que constitui um facto relevante no panorama da cultura portuguesa.
A candidatura portuguesa foi muito bem preparada e foi muito apoiada pela comunicação social. Durante alguns dias a crise financeira e o orçamento para 2012 foram esquecidos. Falou-se de fado e ouviu-se fado a toda a hora, tendo sido produzidas inúmeras declarações que salientaram os benefícios da candidatura: o reconhecimento do que "já estava no coração das plateias internacionais", a “reconciliação nacional” com o fado, uma nova oportunidade para o “negócio das casas de fado”, a consagração das novas gerações de fadistas, entre muitos outros.
Porém, a mais surpreendente declaração surgiu da fadista Mariza ao defender que o fado deve passar a ser ensinado nas escolas, constituindo um factor de orgulho para os portugueses e defendendo a inclusão do fado na disciplina de História no 7º ou 8º ano de escolaridade. Podemos rejogizar-nos com a decisão da UNESCO, mas não nos podemos embriagar com tanto fado! Nem tanto ao mar, nem tanto à terra...
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quinta-feira, 24 de novembro de 2011
A crise financeira já chegou à Alemanha?
A imprensa europeia destacou hoje que o Tesouro alemão, num leilão da sua dívida realizado ontem, apenas colocou 61% de um pacote de 6 mil milhões de euros e sofreu a maior subida de juros desde a criação da moeda única. Disse-se, então, que aquele leilão foi um sintoma de que a crise financeira pode estar a chegar à Alemanha e que esta "provou um pouco do seu próprio veneno".
São apontadas três razões principais para este desinteresse dos investidores pela dívida alemã. Em primeiro lugar, a percepção de que a crise e as dificuldades financeiras estão a chegar à Alemanha por abrandamento económico, por contágio e por exposição às dívidas de vários países; em segundo lugar, o facto do juro de 2% representar um rendimento demasiado baixo para ser considerado atraente para os investidores, quando em alternativa têm aplicações com juros bem mais altos em outros países; em terceiro lugar, um eventual afastamento de investidores de fora da Zona Euro, que antes compravam dívida pública em euros.
Actualmente, a Zona Euro já estará em recessão e, previsivelmente, irá ampliar os seus défices orçamentais e enfraquecer ainda mais a qualidade dos activos bancários. O "aviso" agora feito à Alemanha pode abrir caminho a novas soluções. Por isso, começam a surgir vozes que exigem uma mudança no comportamento do governo alemão na condução da crise das dívidas soberanas europeias. Muitos consideram que a chanceler devia adoptar uma postura diferente, dando o seu acordo para a emissão conjunta de obrigações europeias (eurobonds) e para que o Banco Central Europeu actue como credor de último recurso. É preciso que a Alemanha mude de estratégia e, como afirmou Manuel Marin, o antigo vice-presidente da Comissão Europeia, "necesitamos una Alemania europea y no una Europa alemana".
São apontadas três razões principais para este desinteresse dos investidores pela dívida alemã. Em primeiro lugar, a percepção de que a crise e as dificuldades financeiras estão a chegar à Alemanha por abrandamento económico, por contágio e por exposição às dívidas de vários países; em segundo lugar, o facto do juro de 2% representar um rendimento demasiado baixo para ser considerado atraente para os investidores, quando em alternativa têm aplicações com juros bem mais altos em outros países; em terceiro lugar, um eventual afastamento de investidores de fora da Zona Euro, que antes compravam dívida pública em euros.
Actualmente, a Zona Euro já estará em recessão e, previsivelmente, irá ampliar os seus défices orçamentais e enfraquecer ainda mais a qualidade dos activos bancários. O "aviso" agora feito à Alemanha pode abrir caminho a novas soluções. Por isso, começam a surgir vozes que exigem uma mudança no comportamento do governo alemão na condução da crise das dívidas soberanas europeias. Muitos consideram que a chanceler devia adoptar uma postura diferente, dando o seu acordo para a emissão conjunta de obrigações europeias (eurobonds) e para que o Banco Central Europeu actue como credor de último recurso. É preciso que a Alemanha mude de estratégia e, como afirmou Manuel Marin, o antigo vice-presidente da Comissão Europeia, "necesitamos una Alemania europea y no una Europa alemana".
A greve geral como protesto
Hoje, 24 de Novembro, há uma greve geral em Portugal promovida conjuntamente pelas duas maiores centrais sindicais, que afecta todo o tipo de transportes, as escolas e os hospitais, os serviços públicos e as repartições, enfim, transtorna a vida dos portugueses.
Foi anunciado que a greve contesta as recentes medidas de austeridade do governo, nomeadamente os cortes nos subsídios de férias e de Natal dos funcionários do sector público, mas também os "enormes e brutais sacrifícios" pedidos aos trabalhadores.
Segundo a teoria, a greve é uma arma dos trabalhadores contra os patrões que exploram a força de trabalho alheia, acumulam mais-valias e enriquecem à custa dos trabalhadores. Por isso, embora sob a capa de uma greve geral, na realidade estamos perante um quadro diferente de motivações que não são de reivindicação salarial mas que se traduz num protesto contra as políticas que nos estão a ser impostas e que o nosso impreparado governo segue fielmente.
No difícil momento por que passamos é necessário alertar este governo de maioria e acordá-lo para as realidades, porque tem sido incapaz de ir para além do caderno de encargos da troika e está a castigar o mundo do trabalho e os pensionistas com severidade, enquanto poupa a classe política, a banca e a especulação financeira. Sem dúvida que é preciso reduzir a dívida e o défice, mas isso não se consegue sem coesão social, nem com este empobrecimento material, nem com esta inquietação psicológica que estão a ser impostos aos portugueses. Esta espiral de austeridade e recessão que nos é imposta por uns contabilistas apoiados por numerosos e dispendiosos assessores, é uma cartilha suicida que nos pode levar ao desastre económico e à desordem social.
Por tudo isto, esta greve geral é justa e apenas se espera que tenha eco e produza efeitos nas instâncias internas e internacionais que nos governam ou nos financiam.
Foi anunciado que a greve contesta as recentes medidas de austeridade do governo, nomeadamente os cortes nos subsídios de férias e de Natal dos funcionários do sector público, mas também os "enormes e brutais sacrifícios" pedidos aos trabalhadores.
Segundo a teoria, a greve é uma arma dos trabalhadores contra os patrões que exploram a força de trabalho alheia, acumulam mais-valias e enriquecem à custa dos trabalhadores. Por isso, embora sob a capa de uma greve geral, na realidade estamos perante um quadro diferente de motivações que não são de reivindicação salarial mas que se traduz num protesto contra as políticas que nos estão a ser impostas e que o nosso impreparado governo segue fielmente.
No difícil momento por que passamos é necessário alertar este governo de maioria e acordá-lo para as realidades, porque tem sido incapaz de ir para além do caderno de encargos da troika e está a castigar o mundo do trabalho e os pensionistas com severidade, enquanto poupa a classe política, a banca e a especulação financeira. Sem dúvida que é preciso reduzir a dívida e o défice, mas isso não se consegue sem coesão social, nem com este empobrecimento material, nem com esta inquietação psicológica que estão a ser impostos aos portugueses. Esta espiral de austeridade e recessão que nos é imposta por uns contabilistas apoiados por numerosos e dispendiosos assessores, é uma cartilha suicida que nos pode levar ao desastre económico e à desordem social.
Por tudo isto, esta greve geral é justa e apenas se espera que tenha eco e produza efeitos nas instâncias internas e internacionais que nos governam ou nos financiam.
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Visitemos os nossos faróis!
Os faróis são ajudas à navegação que, apesar das modernas tecnologias de posicionamento no mar, continuam a ser muito importantes na sinalização marítima e no auxílio aos navegantes. Porém, os faróis são também elementos caracterizadores da paisagem marítima e ligam-nos a muitas memórias das comunidades marítimas, evocando tempestades e naufrágios.
Por todo o mundo, os faróis estão a ser preservados devido ao seu valor simbólico e patrimonial e, por vezes, surgem associações de entusiastas que defendem a preservação dos faróis e alimenta-se alguma lighthousemania.
A Marinha não está alheia a este interesse e decidiu facultar visitas gratuitas aos faróis portugueses todas as quartas-feiras das 14.00 às 17.00 horas, numa iniciativa destinada a dar a conhecer a missão dos faróis e as funções dos faroleiros. Porém, esta iniciativa também constitui um forte incentivo para a aproximação ao mar e à cultura marítima da população portuguesa e, especialmente, dos jovens.
As visitas serão guiadas pelos respectivos faroleiros residentes que acompanharão os grupos de visitantes e explicarão a história das edificações e o funcionamento técnico dos equipamentos, ocorrendo às 14.00, 15.00 e 16.00 horas, sem necessidade de marcação previa. Os faróis abertos semanalmente a visitas localizam-se no Continente (17), na ilha da Madeira (1) e no arquipélago Açores (12).
Aproveite-se a oportunidade e, com os filhos ou com os netos, visitem-se os nossos faróis!
Por todo o mundo, os faróis estão a ser preservados devido ao seu valor simbólico e patrimonial e, por vezes, surgem associações de entusiastas que defendem a preservação dos faróis e alimenta-se alguma lighthousemania.
A Marinha não está alheia a este interesse e decidiu facultar visitas gratuitas aos faróis portugueses todas as quartas-feiras das 14.00 às 17.00 horas, numa iniciativa destinada a dar a conhecer a missão dos faróis e as funções dos faroleiros. Porém, esta iniciativa também constitui um forte incentivo para a aproximação ao mar e à cultura marítima da população portuguesa e, especialmente, dos jovens.
As visitas serão guiadas pelos respectivos faroleiros residentes que acompanharão os grupos de visitantes e explicarão a história das edificações e o funcionamento técnico dos equipamentos, ocorrendo às 14.00, 15.00 e 16.00 horas, sem necessidade de marcação previa. Os faróis abertos semanalmente a visitas localizam-se no Continente (17), na ilha da Madeira (1) e no arquipélago Açores (12).
Aproveite-se a oportunidade e, com os filhos ou com os netos, visitem-se os nossos faróis!
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
A nova "Miss Portugal no Luxemburgo"
O Grão-Ducado do Luxemburgo tem cerca de 500 mil habitantes, dos quais cerca de um quarto são portugueses, o que constitui a maior comunidade estrangeira no país. Como habitualmente acontece, quando os portugueses estão fora do seu país tendem a integrar-se nas sociedades de acolhimento, embora também conservem a sua matriz cultural através da língua e das suas práticas culturais, muitas vezes mantidas através de associações muito dinâmicas.
Assim acontece no Luxemburgo, onde a Associação Onda Jovem organiza desde 2000 a eleição da "Miss Portugal no Luxemburgo", com o objectivo de escolher a mais bela das luxotugas – uma designação que os jornais digitais luso-luxemburgueses atribuem aos membros da comunidade portuguesa.
No passado sábado, numa sala com mais de seiscentas pessoas, uma votação on line e um júri escolheram, entre 12 finalistas, a nova "Miss Portugal no Luxemburgo": Stéphanie Faia, de 18 anos de idade.
O assunto não teria qualquer importância noticiosa, se não fosse a decisão do diário luxemburguês Le Quotidien, que na sua edição de hoje trouxe o assunto à sua primeira página com o título “E a nova rainha é ...”, subalternizando as eleições espanholas, a violência no Egipto ou a crise do euro. É uma curiosa maneira de poupar os leitores de outros temas bem mais preocupantes nos tempos que correm.
domingo, 20 de novembro de 2011
Património cultural marítimo
O nosso país não tem apenas a maior zona económica exclusiva da União Europeia, como possui também uma tradição e uma história marítimas que, no contexto europeu e mundial, são muito singulares.
Essa realidade tem sido ignorada pela generalidade dos nossos dirigentes contemporâneos que, esquecendo o significado do mar na caracterização da nossa identidade nacional, lhe voltaram as costas face ao deslumbramento de Bruxelas, das suas mordomias e dos seus fluxos financeiros. Assim, aos velhos marinheiros que navegavam de ilha em ilha, vão sucedendo os frequent flyers que saltam de aeroporto em aeroporto.
Porém, ainda há "quem reme contra a maré".
Através das suas instituições culturais, a Marinha tem lutado contra essa apatia ou ignorância pela nossa cultura marítima, procurando actuar no sentido da identificação, estudo, preservação, protecção e valorização do nosso património cultural marítimo.
É nesse quadro de intervenção que a Comissão Cultural de Marinha vai promover o primeiro Ciclo de Conferências do Património, subordinado ao tema “Instrumentos Científicos nas Colecções Museológicas”, que é organizado pelo Museu de Marinha e decorrerá nas suas instalações no próximo dia 23 de Novembro, das 0930 às 1700 horas.
A entrada é livre e, para quem aprecia e se orgulha do nosso património cultural marítimo, é muito recomendável a participação nesta feliz iniciativa.
Essa realidade tem sido ignorada pela generalidade dos nossos dirigentes contemporâneos que, esquecendo o significado do mar na caracterização da nossa identidade nacional, lhe voltaram as costas face ao deslumbramento de Bruxelas, das suas mordomias e dos seus fluxos financeiros. Assim, aos velhos marinheiros que navegavam de ilha em ilha, vão sucedendo os frequent flyers que saltam de aeroporto em aeroporto.
Porém, ainda há "quem reme contra a maré".
Através das suas instituições culturais, a Marinha tem lutado contra essa apatia ou ignorância pela nossa cultura marítima, procurando actuar no sentido da identificação, estudo, preservação, protecção e valorização do nosso património cultural marítimo.
É nesse quadro de intervenção que a Comissão Cultural de Marinha vai promover o primeiro Ciclo de Conferências do Património, subordinado ao tema “Instrumentos Científicos nas Colecções Museológicas”, que é organizado pelo Museu de Marinha e decorrerá nas suas instalações no próximo dia 23 de Novembro, das 0930 às 1700 horas.
A entrada é livre e, para quem aprecia e se orgulha do nosso património cultural marítimo, é muito recomendável a participação nesta feliz iniciativa.
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sábado, 19 de novembro de 2011
Amanhã, há eleições em Espanha
Amanhã realizam-se eleições legislativas em Espanha e as sondagens já antecipam uma mudança política que confirma a tese da alternância democrática.
Tal como acontece com Portugal e com outros países europeus, a Espanha atravessa um período de grandes dificuldades com um défice orçamental da ordem dos 7%, uma dívida de 68% do PIB cujos juros atingiram o simbólico patamar dos 7% e com um desemprego que se situa acima dos 20%. Não é necessário invocar a História para acrescentar outras preocupações relativamente ao futuro da Espanha.
Por isso, quaisquer que sejam os resultados que amanhã forem apurados, por razões de vizinhança e de afinidade cultural, eles serão muito importantes para Portugal. Desde que os dois países entraram na família europeia que as tradicionais rivalidades se atenuaram e que as relações económicas e culturais se intensificaram. A solidariedade ibérica é um facto.
Hoje Portugal precisa de turistas espanhóis e de exportar para Espanha.
Hoje Portugal precisa que o seu vizinho tenha estabilidade política e social.
Hoje Portugal precisa de um crescimento económico espanhol que nos contagie.
Hoje todos desejamos que o eleitorado espanhol encontre as melhores soluções.
Amanhã, os espanhóis votarão por um futuro, que também é o nosso.
Tal como acontece com Portugal e com outros países europeus, a Espanha atravessa um período de grandes dificuldades com um défice orçamental da ordem dos 7%, uma dívida de 68% do PIB cujos juros atingiram o simbólico patamar dos 7% e com um desemprego que se situa acima dos 20%. Não é necessário invocar a História para acrescentar outras preocupações relativamente ao futuro da Espanha.
Por isso, quaisquer que sejam os resultados que amanhã forem apurados, por razões de vizinhança e de afinidade cultural, eles serão muito importantes para Portugal. Desde que os dois países entraram na família europeia que as tradicionais rivalidades se atenuaram e que as relações económicas e culturais se intensificaram. A solidariedade ibérica é um facto.
Hoje Portugal precisa de turistas espanhóis e de exportar para Espanha.
Hoje Portugal precisa que o seu vizinho tenha estabilidade política e social.
Hoje Portugal precisa de um crescimento económico espanhol que nos contagie.
Hoje todos desejamos que o eleitorado espanhol encontre as melhores soluções.
Amanhã, os espanhóis votarão por um futuro, que também é o nosso.
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
A polémica publicidade da Benetton
A polémica publicidade da popular marca italiana Benetton, regressou ao espaço público com mais uma campanha de manutenção da sua imagem.
Trata-se de uma marca de grande notoriedade adquirida através do produto têxtil, mas que tem sido ampliada a partir de campanhas de comunicação muito polémicas, que recorrem frequentemente a temas fracturantes como a sida, o racismo, a homossexualidade, a guerra ou a violência, com o objectivo de chamar a atenção, chocar e sensibilizar.
Desta vez, a Benetton utilizou as figuras de líderes políticos mundiais em "beijos impossíveis". Assim, os respectivos anúncios mostram fotomontagens em que o Papa Bento XVI beija o imã do Cairo e o Presidente Obama beija o Presidente Hugo Chavez. Noutros anúncios, são a chanceler alemã e o chefe de Estado francês que se beijam, bem como o primeiro-ministro israelita e o presidente da Autoridade Palestiniana.
A iniciativa pertenceu à marca e à fundação Unhate (Deixe de Odiar), financiada pelo grupo de Luciano Benetton, cujo objectivo é contribuir para a criação de uma nova cultura de tolerância e de diálogo. A campanha apareceu nas grandes cidades italianas e gerou imediatos protestos do Vaticano e a desaprovação dos Estados Unidos, mas chegou a todo o mundo através das televisões e dos jornais. Assim sucedeu com o The Times de Joanesburgo que reproduziu quatro desses anúncios na sua primeira página.
A imagem do Papa foi retirada das ruas de Itália, mas os efeitos da campanha já tinham sido atingidos, gratuitamente e por todo o mundo, devido à comunicação global.
Trata-se de uma marca de grande notoriedade adquirida através do produto têxtil, mas que tem sido ampliada a partir de campanhas de comunicação muito polémicas, que recorrem frequentemente a temas fracturantes como a sida, o racismo, a homossexualidade, a guerra ou a violência, com o objectivo de chamar a atenção, chocar e sensibilizar.
Desta vez, a Benetton utilizou as figuras de líderes políticos mundiais em "beijos impossíveis". Assim, os respectivos anúncios mostram fotomontagens em que o Papa Bento XVI beija o imã do Cairo e o Presidente Obama beija o Presidente Hugo Chavez. Noutros anúncios, são a chanceler alemã e o chefe de Estado francês que se beijam, bem como o primeiro-ministro israelita e o presidente da Autoridade Palestiniana.
A iniciativa pertenceu à marca e à fundação Unhate (Deixe de Odiar), financiada pelo grupo de Luciano Benetton, cujo objectivo é contribuir para a criação de uma nova cultura de tolerância e de diálogo. A campanha apareceu nas grandes cidades italianas e gerou imediatos protestos do Vaticano e a desaprovação dos Estados Unidos, mas chegou a todo o mundo através das televisões e dos jornais. Assim sucedeu com o The Times de Joanesburgo que reproduziu quatro desses anúncios na sua primeira página.
A imagem do Papa foi retirada das ruas de Itália, mas os efeitos da campanha já tinham sido atingidos, gratuitamente e por todo o mundo, devido à comunicação global.
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Os dias sombrios da Europa
O pessimismo europeu continua a alastrar. Depois da Grécia, da Irlanda e de Portugal, agora é a Itália e a Espanha que estão na mira dos chamados mercados e dos especuladores, depois de recentemente terem pago os juros mais altos da sua dívida desde que foi criado o euro. O receio de um contágio a outros países como a França, a Bélgica e, até, a Áustria e a Holanda, continua a ser muito preocupante. A tempestade passou pela periferia e está a chegar ao centro da Europa.
Porém, a maior surpresa veio das palavras de Jean-Claude Juncker, o presidente do Eurogrupo, ao afirmar-se preocupado com a elevada dívida alemã (quase 90% do seu PIB), que é maior do que a dívida espanhola, ao mesmo tempo que era anunciado o corte do rating de dez bancos alemães por parte da Moody’s. A situação é muito complexa e muitos, em especial os franceses, defendem a intervenção do BCE, como única solução para resolver a crise da dívida soberana europeia, mas a chanceler alemã afirmou peremptoriamente que não é esse o caminho.
Entretanto, o economista chefe do Citigroup recomendou hoje que o BCE intervenha e compre dívida no mercado secundário, afirmando que a Europa tem apenas semanas ou dias para evitar o default (incumprimento) da Espanha ou da Itália, o que seria uma catástrofe financeira que arrastaria o sistema financeiro europeu e norte-americano com ele.
Nesta tão complicada situação de incerteza, o jornal económico francês La Tribune pergunta se o BCE pode verdadeiramente salvar a Europa, ilustrando a notícia com uma moeda de um euro a afundar-se. Os dias estão realmente muito sombrios para a Europa.
Porém, a maior surpresa veio das palavras de Jean-Claude Juncker, o presidente do Eurogrupo, ao afirmar-se preocupado com a elevada dívida alemã (quase 90% do seu PIB), que é maior do que a dívida espanhola, ao mesmo tempo que era anunciado o corte do rating de dez bancos alemães por parte da Moody’s. A situação é muito complexa e muitos, em especial os franceses, defendem a intervenção do BCE, como única solução para resolver a crise da dívida soberana europeia, mas a chanceler alemã afirmou peremptoriamente que não é esse o caminho.
Entretanto, o economista chefe do Citigroup recomendou hoje que o BCE intervenha e compre dívida no mercado secundário, afirmando que a Europa tem apenas semanas ou dias para evitar o default (incumprimento) da Espanha ou da Itália, o que seria uma catástrofe financeira que arrastaria o sistema financeiro europeu e norte-americano com ele.
Nesta tão complicada situação de incerteza, o jornal económico francês La Tribune pergunta se o BCE pode verdadeiramente salvar a Europa, ilustrando a notícia com uma moeda de um euro a afundar-se. Os dias estão realmente muito sombrios para a Europa.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Os jornais e o rigor das notícias
O Diário Económico informa na sua edição de hoje que, de acordo com os dados do Ministério das Finanças, o Fisco já penhorou este ano um total de 8.315 carros, um valor que representa uma quebra de 27,2% face aos 10.577 automóveis penhorados no ano passado. Do total das penhoras feitas, verifica-se que 1.343 correspondem a carros de luxo, onde se incluem dois Ferrari, um Rolls Royce, quatro Jaguar e dez Porsche, mas também Lamborghini, Ducati, Mercedes, BMW, Chrysler, entre outras marcas. A notícia refere, ainda, que estes automóveis poderão não ir para venda no site do Portal das Finanças, porque entre a penhora e a venda há ainda um processo complexo, que passa pelo registo da penhora e pela marcação de venda, durante o qual o contribuinte pode regularizar a sua situação tributária e recuperar o carro.
Há pouco mais de um mês, no dia 3 de Outubro, o Correio da Manhã informava que havia 90 mil veículos penhorados pelo Estado a contribuintes que não pagaram os seus impostos e que esses carros seriam vendidos por leiloeiras privadas, uma vez que o Fisco não conseguia vender tantos automóveis pelos canais habituais.
Estas duas notícias mostram como devemos ser cuidadosos na análise e interpretação das notícias veiculadas pela imprensa que, cedendo muitas vezes ao sensacionalismo, relata acontecimentos que umas vezes são verdadeiros, outras vezes são falsos. Neste caso, uma fonte diz-nos que foram penhorados cerca de 8 mil carros, enquanto a outra fonte nos diz que foram 90 mil, sem que haja lugar a qualquer reparo ou correcção. Nem sequer há lugar a interpretações erradas, pois ambos os jornais colocaram esses números em primeira página!
Há pouco mais de um mês, no dia 3 de Outubro, o Correio da Manhã informava que havia 90 mil veículos penhorados pelo Estado a contribuintes que não pagaram os seus impostos e que esses carros seriam vendidos por leiloeiras privadas, uma vez que o Fisco não conseguia vender tantos automóveis pelos canais habituais.
Estas duas notícias mostram como devemos ser cuidadosos na análise e interpretação das notícias veiculadas pela imprensa que, cedendo muitas vezes ao sensacionalismo, relata acontecimentos que umas vezes são verdadeiros, outras vezes são falsos. Neste caso, uma fonte diz-nos que foram penhorados cerca de 8 mil carros, enquanto a outra fonte nos diz que foram 90 mil, sem que haja lugar a qualquer reparo ou correcção. Nem sequer há lugar a interpretações erradas, pois ambos os jornais colocaram esses números em primeira página!
Euro 2012: o futebol em festa
Foi uma noite de festa para quem gosta de futebol! No Estádio da Luz, a selecção portuguesa exibiu-se com grande competência, brilhou e venceu a equipa da Bósnia-Herzegovina por 6-2, assegurando a sua presença no Euro 2012. Com este resultado, a equipa portuguesa qualifica-se pela sétima vez consecutiva para a fase final das grandes competições internacionais de futebol e instala-se definitivamente no grupo das melhores equipas do mundo.
A expectativa era enorme e naqueles jogadores concentravam-se as esperanças de muitos portugueses. Em certo sentido, aquele jogo representava um grito de revolta colectivo contra as dificuldades por que estamos a passar, contra os cortes dos subsídios de férias e de Natal impostos pelo orçamento, contra a troika e contra os políticos mentirosos, contra os juros da dívida e a dúvida sobre o futuro do euro, contra o BPN e o BPP, contra os boys e as girls, contra os robalos e as alheiras, contra o desemprego e o desânimo.
Naquele jogo os portugueses pediam aos jogadores da selecção para lhes darem a alegria de um mês de futebol e de entusiasmo no próximo ano, que atenue os enormes sacrifícios a que vão ser submetidos. E eles responderam positivamente.
Entre 8 de Junho e 1 de Julho de 2012 a selecção portuguesa estará a disputar o Euro 2012 e o pensamento dos portugueses estará na Polónia e na Ucrânia.
A expectativa era enorme e naqueles jogadores concentravam-se as esperanças de muitos portugueses. Em certo sentido, aquele jogo representava um grito de revolta colectivo contra as dificuldades por que estamos a passar, contra os cortes dos subsídios de férias e de Natal impostos pelo orçamento, contra a troika e contra os políticos mentirosos, contra os juros da dívida e a dúvida sobre o futuro do euro, contra o BPN e o BPP, contra os boys e as girls, contra os robalos e as alheiras, contra o desemprego e o desânimo.
Naquele jogo os portugueses pediam aos jogadores da selecção para lhes darem a alegria de um mês de futebol e de entusiasmo no próximo ano, que atenue os enormes sacrifícios a que vão ser submetidos. E eles responderam positivamente.
Entre 8 de Junho e 1 de Julho de 2012 a selecção portuguesa estará a disputar o Euro 2012 e o pensamento dos portugueses estará na Polónia e na Ucrânia.
sábado, 12 de novembro de 2011
A casa europeia está a arder
Jean-Claude Juncker, o decano dos líderes europeus que há 16 anos está à frente do Luxemburgo e que há seis preside ao Eurogrupo, visitou Lisboa e afirmou:
"A casa europeia está a arder".
De facto, por razões endógenas ou por contágio, a crise financeira europeia vai alastrando e a ameaça à moeda única é cada vez mais evidente e mais séria.
Nesse mesmo dia, o diário francês Le Monde provocava muito pânico ao titular na sua primeira página:
“Depois da Grécia e da Itália, será a vez da França”?
Embora a França venha procurando projectar-se internacionalmente em diferentes domínios e se mantenha ligada à Alemanha através do directório Merkel-Sarkozy, o facto é que nas actuais circunstâncias está com muitas dificuldades financeiras. O seu grau de exposição às dívidas grega e italiana é muito elevado e preocupante, enquanto a sua dívida pública se aproxima dos 100% do PIB e o défice público está acima de 7%, o que tem levado a Comissão Europeia a sugerir medidas de austeridade suplementares para corrigir esse défice excessivo.
“Depois da Grécia e da Itália, será a vez da França”?
Na realidade, a casa europeia está a arder e, como tem sido dito, mais cedo ou mais tarde, o fogo chegará à porta de todos - incluindo da Alemanha.
Neste quadro de “incêndio” generalizado, é curioso verificar que, este ano, se espera que o défice português venha a ser inferior ao de oito dos 17 países do Eurogrupo, entre os quais os défices orçamentais espanhóis, franceses, irlandeses e gregos. Afinal estamos todos no mesmo barco e a tempestade a todos afecta, independentemente de quem é o timoneiro.
"A casa europeia está a arder".
De facto, por razões endógenas ou por contágio, a crise financeira europeia vai alastrando e a ameaça à moeda única é cada vez mais evidente e mais séria.
Nesse mesmo dia, o diário francês Le Monde provocava muito pânico ao titular na sua primeira página:
“Depois da Grécia e da Itália, será a vez da França”?
Embora a França venha procurando projectar-se internacionalmente em diferentes domínios e se mantenha ligada à Alemanha através do directório Merkel-Sarkozy, o facto é que nas actuais circunstâncias está com muitas dificuldades financeiras. O seu grau de exposição às dívidas grega e italiana é muito elevado e preocupante, enquanto a sua dívida pública se aproxima dos 100% do PIB e o défice público está acima de 7%, o que tem levado a Comissão Europeia a sugerir medidas de austeridade suplementares para corrigir esse défice excessivo.
“Depois da Grécia e da Itália, será a vez da França”?
Na realidade, a casa europeia está a arder e, como tem sido dito, mais cedo ou mais tarde, o fogo chegará à porta de todos - incluindo da Alemanha.
Neste quadro de “incêndio” generalizado, é curioso verificar que, este ano, se espera que o défice português venha a ser inferior ao de oito dos 17 países do Eurogrupo, entre os quais os défices orçamentais espanhóis, franceses, irlandeses e gregos. Afinal estamos todos no mesmo barco e a tempestade a todos afecta, independentemente de quem é o timoneiro.
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
A Itália à beira do abismo
O ataque ao euro e às dívidas soberanas prossegue, numa cadeia de acontecimentos cuja interpretação é cada vez mais complexa. Depois da Grécia, da Irlanda e de Portugal, agora é a Itália – a 4ª economia europeia, a 8ª economia do mundo e um dos membros do G8 – que enfrenta sérias dificuldades financeiras.
Perante a pressão dos credores, o primeiro-ministro Berlusconi demitiu-se, enquanto se preparam medidas de austeridade para reduzir a dívida e o défice italianos. Com a economia estagnada há dez anos, a dívida pública acima dos 120% do PIB e com os respectivos juros a atingirem a barreira psicológica dos 7%, a Itália chegou à beira do abismo, como afirma o jornal catalão La Vanguardia .
No primeiro trimestre de 2012 terá de amortizar 64 mil milhões de euros da sua dívida pública e, no conjunto do ano de 2012, este valor subirá para o astronómico valor de 306 mil milhões de euros. Ninguém sabe o que irá acontecer e somos confrontados com todo o tipo de análises, parecendo significar que não há outra solução que não seja a austeridade, a que se segue a recessão económica, o empobrecimento e a continuação da espiral da dívida, com maior ou menor reacção social. Como tem sido dito, a Itália é grande demais para falir, mas também é grande demais para salvar. A incerteza reina na Europa, o euro está em perigo e o futuro é sombrio.
Há poucos meses, via-se e ouvia-se o sargento Catroga, o Moedas, o Cantiga e, sobretudo, esse génio da basófia que é o Nogeira, a tratarem o nosso problema como se fosse um caso de gorduras do Estado, de excesso de institutos e de fundações e, até, dos humores do Primeiro-Ministro. Com a mudança governamental, as agências de rating iriam sossegar, cairiam as taxas de juro e tudo se resolveria sem atacar a classe média, nem aumentar impostos. Eles tinham soluções para tudo.
Afinal, como agora se vê claramente, eles eram ignorantes ou mentirosos, porque o problema era outro.
Perante a pressão dos credores, o primeiro-ministro Berlusconi demitiu-se, enquanto se preparam medidas de austeridade para reduzir a dívida e o défice italianos. Com a economia estagnada há dez anos, a dívida pública acima dos 120% do PIB e com os respectivos juros a atingirem a barreira psicológica dos 7%, a Itália chegou à beira do abismo, como afirma o jornal catalão La Vanguardia .
No primeiro trimestre de 2012 terá de amortizar 64 mil milhões de euros da sua dívida pública e, no conjunto do ano de 2012, este valor subirá para o astronómico valor de 306 mil milhões de euros. Ninguém sabe o que irá acontecer e somos confrontados com todo o tipo de análises, parecendo significar que não há outra solução que não seja a austeridade, a que se segue a recessão económica, o empobrecimento e a continuação da espiral da dívida, com maior ou menor reacção social. Como tem sido dito, a Itália é grande demais para falir, mas também é grande demais para salvar. A incerteza reina na Europa, o euro está em perigo e o futuro é sombrio.
Há poucos meses, via-se e ouvia-se o sargento Catroga, o Moedas, o Cantiga e, sobretudo, esse génio da basófia que é o Nogeira, a tratarem o nosso problema como se fosse um caso de gorduras do Estado, de excesso de institutos e de fundações e, até, dos humores do Primeiro-Ministro. Com a mudança governamental, as agências de rating iriam sossegar, cairiam as taxas de juro e tudo se resolveria sem atacar a classe média, nem aumentar impostos. Eles tinham soluções para tudo.
Afinal, como agora se vê claramente, eles eram ignorantes ou mentirosos, porque o problema era outro.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Uma exposição de invulgar qualidade
A Perspectiva das Coisas: a Natureza-morta na Europa, séculos XVII a XX é um projecto da Fundação Calouste Gulbenkian para ser apresentado em dois tempos, constituindo uma extensa mostra que se debruça sobre o género da natureza-morta.
A primeira parte foi apresentada entre 12 de Fevereiro e 2 de Maio de 2010 tendo abrangido os séculos XVII e XVIII e apresentado obras de Rembrandt, Chardin e Francisco de Goya, entre outros.
A segunda parte do projecto abrange os séculos XIX e XX e está patente ao público desde 20 de Outubro de 2011 até 8 de Janeiro de 2012, apresentando 93 obras de 70 pintores, incluindo Pablo Picasso, Henri Matisse, Paul Gaugin, Salvador Dali, Paul Cézanne, Pierre-Auguste Renoir, Vincent Van Gogh e Claude Monet.
A maioria das obras expostas nunca foi vista em Portugal e resulta de empréstimos de algumas das mais importantes instituições museológicas europeias e americanas, públicas e privadas. É uma autêntica raridade. No entanto, a exposição também inclui várias obras da própria colecção Gulbenkian, assinadas por Amadeo de Souza-Cardoso, Eduardo Viana, Mário Eloy e Vieira da Silva.
A exposição é visualmente muito rica, mostrando obras de invulgar qualidade e explora os temas recorrentes da natureza-morta ao longo de quatro séculos: frutos, caça, cozinhas e mesas de banquete, pintura de flores, instrumentos musicais, entre outros. Trata-se de um acontecimento cultural de excelência e de uma singular oportunidade para o público português, podendo ser vista de terça-feira a domingo das 10.00 às 18.00 horas, e às quintas-feiras e sábados até às 20.00 horas, por apenas cinco euros.
Obviamente, uma grande exposição a visitar!
A primeira parte foi apresentada entre 12 de Fevereiro e 2 de Maio de 2010 tendo abrangido os séculos XVII e XVIII e apresentado obras de Rembrandt, Chardin e Francisco de Goya, entre outros.
A segunda parte do projecto abrange os séculos XIX e XX e está patente ao público desde 20 de Outubro de 2011 até 8 de Janeiro de 2012, apresentando 93 obras de 70 pintores, incluindo Pablo Picasso, Henri Matisse, Paul Gaugin, Salvador Dali, Paul Cézanne, Pierre-Auguste Renoir, Vincent Van Gogh e Claude Monet.
A maioria das obras expostas nunca foi vista em Portugal e resulta de empréstimos de algumas das mais importantes instituições museológicas europeias e americanas, públicas e privadas. É uma autêntica raridade. No entanto, a exposição também inclui várias obras da própria colecção Gulbenkian, assinadas por Amadeo de Souza-Cardoso, Eduardo Viana, Mário Eloy e Vieira da Silva.
A exposição é visualmente muito rica, mostrando obras de invulgar qualidade e explora os temas recorrentes da natureza-morta ao longo de quatro séculos: frutos, caça, cozinhas e mesas de banquete, pintura de flores, instrumentos musicais, entre outros. Trata-se de um acontecimento cultural de excelência e de uma singular oportunidade para o público português, podendo ser vista de terça-feira a domingo das 10.00 às 18.00 horas, e às quintas-feiras e sábados até às 20.00 horas, por apenas cinco euros.
Obviamente, uma grande exposição a visitar!
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A ondulação perfeita na Nazaré
O espectacular acontecimento entusiasmou toda a gente que a ele assistiu junto do farol da Nazaré e o jornal Diário de Notícias chamou-a à sua primeira página: no passado dia 1 de Novembro o surfista irlandês Garret McNamara apanhou uma onda de cerca de 30 metros na Praia do Norte, na Nazaré, supondo-se que tenha sido a maior onda alguma vez surfada em todo o mundo.
As imagens captadas vão agora ser avaliadas pelos peritos para determinar a sua altura exacta, através de um processo simples: assume-se a altura do surfista como referência e extrapola-se para conseguir a distância entre o topo e a parte mais baixa da face da onda. Seja qual for a medição que vier a ser fixada, a Nazaré ofereceu ao mundo do surf uma das maiores ondas de sempre.
McNamara é um especialista em ondas gigantes e tem vindo a explorar as excepcionais condições da Praia do Norte, onde se formam ondas gigantes devido ao “canhão da Nazaré”, um desfiladeiro submarino com cerca de 170 km que chega aos 5 mil metros de profundidade.
Com a sua performance o surfista irlandês terá pulverizado a anterior marca registada no Guinness - uma onda de 77 pés (23,5 metros) apanhada em 2001 no Banco de Cortez, ao largo da Califórnia, pelo norte-americano Mike Parsons.
As impressionantes imagens recolhidas foram largamente divulgadas em todo o mundo e McNamara declarou ter sido beneficiado por uma ondulação perfeita: “Acho que aquela onda veio ter connosco. Fomos abençoados!”
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Home, sweet home!
Depois de cerca de vinte dias de ausência e de peregrinação emocional e turística por terras distantes, estou de regresso a casa.
Revi muitos amigos e revisitei muitos locais, sobretudo em Goa, não tive quaisquer incidentes nem acidentes e tudo correu com normalidade, mas é sempre muito gratificante voltar a Lisboa.
Durante esse tempo de viagem não acompanhei com suficiente detalhe as notícias do mundo, nem tão pouco os desenvolvimentos da crise europeia ou da situação portuguesa, pelo que vou procurar actualizar-me rapidamente para melhor compreender o nosso futuro próximo.
A cansativa viagem de regresso com escalas em Mumbai (Bombaim) e Frankfurt, assim como o acentuado jet lag, requerem algum tempo de recuperação física que espero seja breve, para voltar com entusiasmo à Rua dos Navegantes dentro de pouco tempo.
Revi muitos amigos e revisitei muitos locais, sobretudo em Goa, não tive quaisquer incidentes nem acidentes e tudo correu com normalidade, mas é sempre muito gratificante voltar a Lisboa.
Durante esse tempo de viagem não acompanhei com suficiente detalhe as notícias do mundo, nem tão pouco os desenvolvimentos da crise europeia ou da situação portuguesa, pelo que vou procurar actualizar-me rapidamente para melhor compreender o nosso futuro próximo.
A cansativa viagem de regresso com escalas em Mumbai (Bombaim) e Frankfurt, assim como o acentuado jet lag, requerem algum tempo de recuperação física que espero seja breve, para voltar com entusiasmo à Rua dos Navegantes dentro de pouco tempo.
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