Nas sociedades
organizadas existe sempre um acentuado culto comemorativista das pessoas, mas
também das instituições. Comemorar é um exercício emocional libertador que
estimula o reencontro com as melhores memórias e os princípios orientadores da
actividade dos homens ou das instituições. É por isso que as
pessoas comemoram os seus aniversários, os baptizados e os casamentos, os
êxitos académicos, as vitórias desportivas e outros acontecimentos relevantes
das suas vidas, enquanto as instituições utilizam as datas comemorativas para
evocar grandes realizações e estimular o fortalecimento de sentimentos
positivos.
Pela sua
especificidade, a instituição militar e em especial a corporação da Marinha,
cultiva muitos símbolos, muitas tradições e muitas datas comemorativas que
contribuem para o reforço da coesão da corporação e para alimentar a cultura
naval. Assim, é habitual que os chamados “filhos da escola” comemorem as datas
das suas incorporações e do seu final de curso, assim como outras datas
relacionadas com a sua vida naval, sobretudo quando são celebrados 25, 40 ou 50
anos dessas efemérides. É por isso que, por exemplo, a Escola Naval cumpre uma
tradição e todos os anos recebe nas suas instalações do Alfeite muitos dos seus
antigos alunos, por vezes com as suas famílias, que ali vão evocar os tempos da
sua formação militar-naval.
Em Espanha
acontece a mesma coisa e a Escuela Naval Militar, localizada em Marin
(Pontevedra), recebeu os seus alunos que terminaram o curso em 1989 e que ali
foram celebrar os 25 anos da sua promoção a guardas-marinhas. Entre eles
encontrava-se o Rei Filipe VI e o Diário de Pontevedra assinalou o facto com
uma fotografia na primeira página da edição de ontem.
Lá como cá, a tradição
naval ainda é o que era.
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