O Eurostat
divulgou hoje o seu NewsRelease 186/2015
e a informação que nos dá é absolutamente preocupante e alarmante, sobretudo
numa altura em que estamos rodeados de incertezas e perante um provável quadro
de crise política. Ao longo dos últimos meses a desenfreada propaganda
governamental e dos seus aliados da comunicação social garantia que estávamos
no bom caminho, que tudo corria bem, que os cofres estavam cheios e até
avisavam os eleitores para que tivessem cuidado para não se deitar a perder tudo
aquilo que fora conquistado com o sacrifício dos portugueses. O governo até
teve a ousadia e o atrevimento de defender que, em pouco tempo, estaríamos
entre as dez economias mais competitivas do mundo. Muitas ilusões se venderam e
muitas manipulações foram feitas para anestesiar e cativar o voto do eleitorado.
Hoje, o Eurostat
veio dizer-nos a verdade e tirar-nos uma parte dessa anestesia com que o
governo nos manipulou: a dívida pública e o défice público, que eram as bandeiras do governo e
que se dizia tinham assegurado a retoma da credibilidade externa portuguesa,
estão ao nível do pior que acontece na Europa. Mais de quatro anos de governação
só agravaram estes problemas. A dívida pública portuguesa em finais de 2014 continuava
a aumentar e aproximava-se dos 230 mil milhões de euros, o que significa que representa
130,2% do PIB e que só é ultrapassada pela Itália (132,3%) e pela Grécia
(178,6%). Relativamente ao nosso défice público de 2014 que se fixou nos 7,2%,
a situação também é muito grave, pois só o Chipre está pior do que nós (8,9%).
Significa que, depois dos tais sacrifícios que os portugueses fizeram, estamos
na mesma ou talvez pior. Dá que pensar.
Não sabemos o que
vai acontecer politicamente nos próximos dias, mas é evidente que o resultado
hoje anunciado pelo Eurostat recomenda que alguma ou muita coisa mude.
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