No passado dia 14
de Julho disputava-se a 12ª etapa do Tour de France 2016 que tendo saído de Montpellier, terminava com a
subida do famoso monte Ventoux. Era uma das mais difíceis etapas da prova e
era, também, a vitória mais cobiçada, sobretudo pelos ciclistas franceses.
Nos últimos
quilómetros da etapa o britânico Christopher Froome, que envergava a camisola
amarela, conseguiu libertar-se dos seus rivais mais próximos durante a subida do
monte Ventoux, aproximando-se da meta com dois outros ciclistas. Faltavam três
quilómetros para a meta. Como sempre acontece, o público coloca-se na beira da
estrada e não consegue controlar o seu entusiasmo. Com os seus aplausos e
incitamentos aproxima-se dos ciclistas, ocupa a estrada, perturba a corrida e
tende a provocar acidentes. Todos os anos, na maior parte das grandes subidas
do Tour, é tão indescritível o entusiasmo do público, como são elevados os
riscos a que expõem os ciclistas. Para quem assiste regularmente a estes
espectáculos televisivos, espanta que os ciclistas consigam passar por entre estreitíssimas
filas de público e que a organização não tome medidas apropriadas que para
proteger os ciclistas, o público, a verdade desportiva e o próprio espectáculo.
Porém, este ano,
o acidente anunciado e nada improvável aconteceu mesmo. A moto que “abria
caminho” teve que travar bruscamente para evitar o atropelamento de um
espectador. O ciclista que ia à frente chocou com a moto. Depois, o ciclista
seguinte que era Chris Froome, foi abalroado por uma segunda moto. Com a
bicicleta partida e com o seu carro de apoio muito longe, o desespero tomou
conta de Froome e levou-o a correr estrada acima à procura não se sabe de quê.
Nunca se vira um ciclista com a camisola amarela a correr sem bicicleta e logo
na subida do Ventoux. Diversos jornais internacionais destacaram este acontecimento
na sua primeira página, incluindo o americano Finantial Times, na
edição em que, também em primeira página, noticia a declaração do presidente
François Hollande de que é “moralmente inaceitável” o novo emprego de Barroso
na Goldmann Sachs. E é.
Vai para muitos, mas mesmo muitos anos, também na Volta a Portugal o camisola amarela sofreu, algures lá no Norte, um acidente, mais concretamente uma agressão por parte de simpatizantes do 2º classificado que conseguiu assim, se bem me recordo, alcançar o 1º lugar
ResponderEliminarAbraço do E. Gomes