Celebram-se hoje
106 anos sobre a data em que foi implantada a República Portuguesa, na
sequência de uma revolta preparada pelo Partido Republicano Português que foi
bem sucedida.
O
descontentamento popular era enorme devido à crise económica e social, havendo
fortes críticas à subordinação nacional aos interesses britânicos, ao poder da
Igreja, aos gastos da Família Real e ao governo da Ditadura. Esse
descontentamento vinha-se acumulando desde há muitos anos e os adversários da
Monarquia aumentavam. O Regicídeo de 1908 foi um sério aviso. Quando os
marinheiros e os soldados se revoltaram em Lisboa estavam politicamente
enquadrados pelos partidos republicanos e por outras organizações políticas, tinham
o apoio da população e encontraram uma resistência débil. Na Rotunda impôs-se a
tenacidade, a coragem e a inteligência do comissário naval Machado dos Santos e
na manhã do dia 5 de Outubro de 1910, os dirigentes do Partido Republicano
Português dirigiram-se para os Paços do Concelho, de cuja varanda José Relvas
proclamou a República em nome do Povo, do Exército e da Armada. Pela mesma hora
o rei D. Manuel II e a Rainha D. Amélia suamãe, embarcaram na Ericeira para o
exílio.
O dia 5 de
Outubro passou a ser um dia de grande unidade nacional. Durante muitos anos foi feriado, teve cerimónia oficial e foi dia de festa. Depois deixou de ser tudo isso. Voltou o feriado e a cerimónia oficial, mas a festa foi esquecida, inclusive pela Imprensa.
Hoje, apenas o
Diário de Notícias da Madeira evoca a proclamação da República e fá-lo com grande destaque. São sinais dos
tempos e da falta de memória histórica por que passa a nossa Imprensa que,
certamente, esteve muito envolvida no cocktail
da inauguração do Maat.
Sem comentários:
Enviar um comentário