Foi há
30 anos, no dia 23 de Fevereiro de 1987, que aos 57 anos de idade faleceu José Afonso. Hoje os jornais portugueses esqueceram essa data e não evocaram esse
homem que é uma referência da cultura portuguesa do século XX e um dos maiores
símbolos da luta pela Democracia em Portugal. O jornal i foi a excepção
e, por isso, aqui deixo o meu aplauso a esse jornal e à sua equipa editorial.
Quando
há poucos meses a Academia sueca distinguiu Bob Dylan com o Prémio Nobel da
Literatura e a crítica internacional lembrou nomes de alguns poetas-cantores como Jacques Brel, Leonard Cohen, Chico Buarque ou
Patti Smith que suscitaram muitas emoções com as suas palavras
cantadas, eu lembrei-me naturalmente de José Afonso. A sua voz, a estética das
suas canções e os seus inspirados textos continuam a ser tão emocionantes como nos
tempos da Resistência, mas também continuam a ser símbolos de modernidade musical e referências culturais para muitos portugueses.
Num país
que, por vezes, parece não ter memória e que idolatra futebolistas, banqueiros e políticos
de segunda categoria, a evocação do talentoso José Afonso é um dever de cidadania.
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