No passado mês de Março o ciclone
tropical Idai atingiu a região centro de Moçambique e em especial as províncias
da Zambézia, Sofala, Manica, Tete e Inhambane e, no mês seguinte, o ciclone
tropical Henneth assolou o norte do território nas províncias de Cabo Delgado e
Nampula. Foram os ciclones tropicais mais intensos e mais devastadores que
atingiram Moçambique desde que há registos e os seus efeitos foram trágicos,
contabilizando-se em algumas centenas de mortes, cerca de dois milhões de
desalojados ou de pessoas a necessitar de ajuda humanitária e avultados
prejuízos materiais cuja reconstrução está orçamentada em cerca de 3 mil
milhões de euros.
Nesta emergência nacional, o país teve a
solidariedade internacional e, nos últimos dias, o apoio solidário do
secretário-Geral das Nações Unidas que visitou Moçambique durante três dias
para ver pessoalmente as consequências da passagem daqueles ciclones, tendo
nessa oportunidade tido encontros com o presidente Filipe Nyusi e com vários
membros do governo moçambicano.
António Guterres foi eloquente e claro,
pedindo mais apoio internacional para a reconstrução de Moçambique e
salientando que as ajudas até agora anunciadas são insuficientes pois faltam
ainda cerca de 2 mil milhões de dólares para completar o orçamento. Numa
intervenção feita na cidade da Beira, António Guterres frisou que a resposta da
comunidade internacional “deve corresponder à coragem e determinação com que o
povo moçambicano enfrentou a força das duas calamidades naturais”. Disse
Guterres que “Moçambique praticamente não contribui para o aquecimento global,
mas que está na primeira linha das vítimas desse mesmo aquecimento global. Isso
dá-lhe o direito de exigir da comunidade internacional uma forte solidariedade
e um forte apoio quer na resposta aos dramas criados pelas tempestades que
assolam o país, quer na preparação e reconstrução do país para as situações
futuras”.
O diário Moçambicano O País publicou a
fotografia do encontro entre António Guterres e Filipe Nyusi, destacando a
frase “Moçambique tem autoridade moral para exigir mais”.
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