O Pew Research
Center, um think tank localizado em
Washington, decidiu estudar o sentimento dos americanos relativamente às
políticas militares da administração Trump e à participação americana nos
conflitos militares no Médio Oriente, em especial no Iraque, no Afeganistão e
na Síria. Esse estudo baseou-se num
inquérito em que participaram quase 1300 veteranos de guerra e cerca de 1100 americanos
comuns representativos da opinião pública e os seus resultados foram revelados
na edição de hoje do diário USA Today.
Os resultados foram surpreendentes e mostraram que
57% dos veteranos de guerra apoiam as políticas militares de Donald Trump, mas
que a mesma percentagem de 57% dos americanos adultos não aprovam a liderança
militar de Donald Trump. No caso dos veteranos de guerra, que são uma faixa
populacional com grande influência social nos Estados Unidos, os resultados
ainda foram mais inesperados porque a maioria dos veteranos acredita que as
guerras no Iraque (64%), no Afeganistão (58%) e o envolvimento militar na Síria
(55%) “não valeram a pena”, segundo verificou o inquérito do Pew. Embora esta
pesquisa tivesse sido efectuada antes da mais recente crise com o Irão, ela vem
agora reforçar a relutância ou a hesitação que Donald Trump mostrou quanto ao
uso da força militar contra o regime iraniano, isto é, no desenvolvimento das
acções militares não basta ter boas capacidades operacionais e logísticas,
alguns porta-aviões, modernos aviões Lockheed Martin F-22 Raptor e muitos Tomahawks,
mas é necessária uma vontade nacional de suporte à decisão política. Nesse
aspecto, parece que os Estados Unidos estão divididos entre intervencionismo e
não intervencionismo, ou entre “canhões ou manteiga”, segundo a expressão
criada por Paul Samuelson para caracterizar as principais alternativas para
utilização de recursos escassos. Porém, em tempo de pré-campanha presidencial,
o que manda mesmo são as posições da opinião pública que as sondagens vão
revelando.
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