O movimento independentista da Catalunha ensaiou
em Outubro de 2017 uma insurreição contra o Estado espanhol, que incluiu a
realização de um referendo organizado pelo governo catalão que não passou de
uma farsa, uma declaração unilateral de independência feita por Carles
Puigdemont e a promoção de grandes manifestações populares que mostraram que a
Catalunha estava politicamente dividida. A unidade da Espanha que consta da sua
Constituição levou à intervenção da justiça espanhola de que resultou a
detenção de alguns dos líderes independentistas, enquanto outros se decidiram
pelo exílio em Bruxelas. Quando no passado mês de Maio se realizaram as
eleições europeias, dois tribunais de Madrid anularam a decisão da Junta
Eleitoral que excluira Carles Puigdemont e Toni Comín, ambos fugidos à justiça
espanhola pela sua participação no mencionado referendo, que o governo espanhol
considerou ilegal.
No passado dia 26 de Maio tanto Carles
Puigdemont como Toni Comín foram eleitos eurodeputados e ontem, em Estrasburgo,
prepararam-se para tomar posse na primeira sessão da nova legislatura. Porém, os dois políticos catalães foram impedidos pelo Tribunal Geral da União
Europeia porque não tinham a cédula emitida pela Comissão Nacional Eleitoral de
Espanha que exige que todos os novos
eurodeputados espanhóis se apresentem numa cerimónia de posse e de compromisso,
que se realiza em Madrid, onde juram obedecer a Constituição de Espanha. Ora estes eleitos não tinham essa cédula, uma vez que não compareceram
à referida cerimónia (pois seriam detidos), além de que o governo espanhol
considera que ambos eram "inelegíveis" nas europeias por não estarem
inscritos como cidadãos espanhóis a viver no estrangeiro. O legítimo movimento soberanista
catalão continua a ser muito mal servido por esse Puigdemont que, enquanto
representante da Catalunha, não tem assento no Parlamento Europeu. Foi um erro dos independentistas que esqueceram a sua causa para safar um descontrolado político.
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