As audições
relativas ao processo de impeachment
que está em curso contra Donald Trump terão início no próximo dia 13 de
Novembro e, como hoje refere a revista Time, a América já está concentrada
no que se vai passar, porque o que está em causa é algo mais que um qualquer
Donald Trump, mas é sobretudo a forma como tem sido governada a própria América.
Num dos artigos
publicados pela revista é referida uma obra de referência publicada em 1888
pelo historiador inglês James Bryce intitulada The American Commonwealth, é afirmado que “um presidente
ousado que saiba que tem o apoio popular, pode ser tentado a anular a lei e a
impor a sua própria lei”, ou que pode acontecer “haver um tirano na
presidência, não contra as massas, mas com as massas”. Mais de cem anos depois,
segundo o autor do artigo, a profecia cumpre-se.
Os factos contra o Donald parecem
acumular-se, não só no que respeita às pressões sobre a Ucrânia para que
anunciasse publicamente uma investigação contra Joe Biden, o seu rival na
corrida presidencial de 2020, mas também sobre outros assuntos da governação
americana. A envolver tudo isto está uma espécie de núvem dos tempos modernos
em que alguma comunicação social asfixia as pessoas com demagogia e mentira,
com propaganda e notícias falsas, mas também a crescente governação-espectáculo,
com os “julgamentos de tabacaria” e a invasão da vida privada dos actores
políticos. Portanto, o processo de impeachment
contra Donald Trump é, também e sobretudo, um julgamento que põe em causa a própria
América e o reality show em que a sua
vida política se transformou.
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