quinta-feira, 11 de junho de 2020

O derrube de estátuas não muda a História


O mundo está a atravessar tempos difíceis e o movimento de protesto contra o racismo e a violência policial, que explodiu nos Estados Unidos depois da brutal morte de George Floyd, está a expandir-se por outros países e uma das formas que vem assumindo é o derrube e a vandalização de estátuas, porque serão símbolos do imperialismo e do colonialismo.
A vandalização de estátuas não é um fenómeno novo, inclusivamente em Portugal, onde já foram vandalizadas estátuas de Pedro Álvares Cabral, do Padre António Vieira, do general Gomes da Costa e até de Eça de Queiroz, por activistas ou por vândalos que por vezes mostram um desconhecimento enviesado da História.
Na actual situação de protesto, o derrube da estátua de Edward Colston em Bristol, mas também a remoção das estátuas do rei Leopoldo II em Bruxelas e Antuérpia ou a vandalização da estátua de Cecil Rhodes em Oxford, têm sido os casos mais destacados pela imprensa, como exemplos do que tem sido chamado “a descolonização do espaço público”. Porém, nos Estados Unidos terão sido vandalizados dezenas de monumentos e estátuas, por vezes com absoluta irracionalidade como aconteceu em Washington com uma estátua de Lincoln, que foi o homem que acabou com a escravatura e que foi acusado de ser racista. Outro caso refere-se a Cristovão Colombo, o primeiro europeu que chegou ao Novo Mundo e que é celebrado em muitos países, mas que agora alguns grupos acusam de ter escravizado e assassinado povos indígenas. As suas estátuas estão a ser vandalizadas e, como hoje mostra na sua primeira página The Boston Globe, a estátua de Colombo em Boston foi decapitada. Pode ser vandalismo ou pode ser uma tentativa de emendar a História. Nem uma coisa nem outra se justificam.

1 comentário:

  1. É fácil, muito fácil, a populaça, com a irresponsabilidade e anonimidade a coberto dos grandes grupos, alinhar nos populismos, nas modas do momento de que amanhã já se esqueceram.
    Nem a História pode ser mudada nem a mesma julgada fora do circunstancialismo da época.
    Tudo isto com muita ignorância à mistura, como dizes.

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