Na próxima
sexta-feira o Reino Unido deixa de pertencer à União Europeia e esse facto não
pode deixar de entristecer os europeus, que perdem um dos seus mais importantes
membros. A Europa a 28 passa a uma Europa a 27 e a hipótese de saída de um
qualquer outro membro torna-se, a partir de agora, uma ameaça ou uma
probabilidade cada vez maior. Apesar de ter sido um divórcio amigável e de uns
falarem nos “nossos amigos europeus” e dos outros se referirem aos “nossos
amigos britânicos”, o facto é que o dia 31 de Dezembro de 2020 vai realmente
ser um dia triste para os europeistas, porque representa um divórcio e, quando
isso acontece, nada voltará a ser como dantes. O acordo a que as duas partes
chegaram parece assegurar a estabilidade económica e comercial, a protecção do
mercado do trabalho e dos imigrantes, a continuação da luta comum contra o
terrorismo, entre outros temas importantes para o futuro, mas a perda de um
membro é uma marca muito negativa no futuro da União Europeia.
Porém, também há
quem veja um alívio nesta saída do Reino Unido, pois a sua frequente reacção ao
eixo franco-alemão levava-o muitas vezes a posições de conflitualidade e, por
isso, o jornal Courrier Picard que se publica em Amiens, no norte de França,
dedica a sua edição de hoje àquele divórcio com um significativo au revoir.
Só o tempo dirá
quem vai beneficiar mais com o Brexit, isto é, se será o Reino Unido a
recuperar a sua arrogância vitoriana e a livrar-se da ingerência de Bruxelas, ou
se vai ser a União Europeia a libertar-se de um parceiro incómodo e exigente. Se calhar nenhum deles vai ganhar...
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