Carlos do Carmo
faleceu aos 81 anos de idade e a comunicação social foi unânime no elogio a um
homem que era a voz e uma referência obrigatória na história do fado, mas que
também era um homem de cultura e um defensor de causas.
A sua carreira
artística passou por inúmeros palcos internacionais e começou em 1980 no Olympia
de Paris, mas também por muitos outros palcos em todos os continentes, tendo
recebido vários prémios internacionais como o Prémio Goya em Espanha, o Grammy
Latino de Carreira em Hollywood e a Grand Médaille de Vermeil da cidade de
Paris, a mais alta distinção cultural da capital francesa e, segundo as
palavras do Presidente da República “foi a voz de Portugal cá dentro e lá fora,
prestigiando não apenas o fado como toda a nossa cultura”. A sua voz foi sempre
estimulante, tanto nos tempos da Ditadura, como nos tempos da Democracia. No
seu repertório incorporou textos de grandes poetas, em particular do seu amigo
Ary dos Santos que com ele assinou o famoso álbum Um Homem na Cidade, editado em 1997. Foi um dos principais
embaixadores da Candidatura do Fado a Património Imaterial da Humanidade e a
sua carreira foi distinguida com várias condecorações.
Carlos do Carmo
falava fluentemente francês, inglês, alemão e espanhol e foi um defensor da
língua e da cultura portuguesa, como reconhece na sua edição de hoje o jornal
macaense Ponto Final que destaca que a sua voz também aproximou Macau de Portugal. Era um lutador por causas políticas e
sociais e afirmava-se um homem de esquerda e um defensor dos ideais do 25 de
Abril.
As cerimónias
fúnebres de Carlos do Carmo realizam-se hoje.
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