A decisão
instrutória da Operação Marquês foi conhecida ontem, foi lida em directo na
televisão pelo juiz Ivo Rosa e as teses do Ministério Público foram arrasadas,
pelo que dos 28 arguidos apenas cinco vão a julgamento, enquanto dos 189
alegados crimes económico-financeiros apenas 17 vão ser julgados. Como alguém já
escreveu “a montanha pariu um rato”. Evidentemente que vai haver recursos para
os nossos tribunais superiores, mas também irão entrar em acção outras
instâncias judiciárias como o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.
O processo
iniciou-se em 2014 e dele se encarregaram o procurador Rosário Teixeira e o
juiz Carlos Alexandre, com as suas equipas, os seus assessores, os seus
seguranças e os seus motoristas. No final do processo apareceram 146 volumes
com 56.238 folhas. É um caso inacreditável de insensatez, de irrealismo e de incompetência
e, como referiu o juiz Ivo Rosa, há incoerência, falta de rigor, especulação e
fantasia na formulação das acusações. O Justiça não pode ser isto. O Teixeira e o Alexandre fizeram um mau
trabalho, desprestigiaram a nossa Justiça, promoveram criminosas fugas ao
segredo de justiça e tudo fizeram para que houvesse, mesmo que injusta, uma condenação na praça
pública e nos telejornais. Gastaram muito tempo e muito dinheiro dos meus
impostos, sempre com o apoio da televisão e da imprensa, por forma a criar a
narrativa que mais lhes interessava. Nos últimos dias, essa gente voltou a pressionar
e a procurar influenciar os acontecimentos, sem nunca apelar à descoberta da
verdade, mostrando uma vez mais que houve fortes motivações políticas, manipulação
e viciação neste processo. A corrupção era a principal acusação, mas o
Ministério Público e os seus aprendizes de carrascos, não perceberam que a
prova desse crime não são as fugas de informação ou as notícias dos jornais,
mas as provas objectivas que não conseguiram reunir. Disse o juiz: “Esta é uma decisão correcta, independente, imparcial.
Não é a favor nem contra ninguém. Obedece à lei. A pressão pública não pode
colocar em causa os princípios fundamentais e as garantias dos arguidos”.
A Justiça
portuguesa foi condenada, especialmente, as práticas abusivas de alguns agentes do Ministério Público.
Depois de tanto barulho e de tanta dedução criativa e malévola, apenas cinco dos
28 arguidos vão a julgamento por dezassete crimes. Tanto tempo e tanto dinheiro
gasto para isto! Foi um dia muito negro para a nossa Justiça, como escreveu o
semanário Sol.
Concordo com o exposto e aceito, tenho de aceitar, democráticamnte, as decisões de quem tem a exclusiva competência para as tomar.
ResponderEliminarMas como (felizmente) não sou juiz, posso expressar o meu sentir (irresponsável, claro está) em que me custa, quantas vezes, aceitar que em certos actos, alguns bem graves, os infractores escapem por entre as malhas da justiça, não porque os não tenham cometido - o principal - mas por aspectos formais não cumpridos à risca - obtenção da prova rigorosamente directa ou a forma como foi obtida, por exemplo - o acessório.