segunda-feira, 6 de setembro de 2021

O adeus de Angela Merkel 16 anos depois

Aproxima-se a data em que Angela Merkel vai deixar de ser chanceler da Alemanha, um cargo que ocupa desde 2005. Foram dezasseis anos na primeira linha da política mundial, em que muitas vezes foi considerada a mulher mais poderosa do mundo.
Não é este o local para fazer o elogio da carreira política da senhora Merkel, tanto pela forma equilibrada como geriu os negócios da Alemanha durante quatro mandatos, como pelo  prestígio internacional que lhe foi reconhecido e que lhe valeu ser considerada muitas vezes como a líder da União Europeia. Em dezasseis anos de mandato ele enfrentou inúmeras crises com destaque para a ruptura do sistema financeiro global de 2008, para as cíclicas ameaças de dissolução da União Europeia, para a grande onda migratória que teve o seu pico em 2015 e, finalmente, para a pandemia do covid-19. Nessas situações, a Europa olhava para ela e sabia que ninguém era mais capaz do que ela para enfrentar dificuldades e para manter arrumada "a casa comum".
Porém, a chanceler Angela Merkel ainda teve outros contratempos, como foi o acompanhamento das complexas questões da Síria, do Irão e da Ucrânia, assim como o convívio institucional com Donald Trump e Vladimir Putin, mas também com outros figurões como Recep Tayyip Erdoğan, Viktor Orbán ou Boris Johnson.
Quando escrever as suas memórias, ela certamente irá dar um lugar de destaque a um figurão com quem também conviveu institucionalmente durante cerca de nove anos e que se chamava José Barroso, uma figura inesquecível de fura-vidas a quem a própria mulher chamava “o cherne”.
Na sua última edição a prestigiada revista Der Spiegel parece ter iniciado as devidas homenagens a Angela Merkel, que seguramente irão aparecer de muitos lados, porque não é comum que alguém governe tanto tempo com o apoio do voto popular.

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