Há 20 anos, no
dia 20 de março de 2003, os Estados Unidos iniciaram uma operação no Iraque para
derrubar o regime de Saddam Hussein, com o apoio activo do Reino Unido, da
Austrália e da Polónia e com a solidariedade de muitos outros países. A acção
foi denominada “Operação Liberdade do Iraque” e foi rápida, pois cerca de 21
dias depois as forças americanas entraram em Bagdad. O objectivo da operação
era desarmar o regime iraquiano e o seu arsenal nuclear, químico e biológico,
mas também impedir que apoiasse organizações terroristas como a al Qaeda, mas
foi uma iniciativa muito controversa, até porque a França, a Alemanha e outros
países da NATO a criticaram e se recusaram a nela participar. De facto, a
operação assentou numa mentira, pois ao contrário do que foi intensamente propalado,
o Iraque não tinha nenhum programa activo para a construção de armas de
destruição em massa, nem se provou que alguma vez tivesse apoiado organizações
terroristas. Quatro dias antes
do início da operação, no dia 16 de março, o presidente americano George W.
Bush, o primeiro-ministro britânico Tony Blair e o primeiro-ministro espanhol
José Maria Aznar encontraram-se na ilha Terceira, onde foram recebidos pelo
primeiro-ministro português Durão Barroso, conhecido familiarmente por cherne e que, com esse apoio, conseguiu vir
a ser presidente da Comissão Europeia. Nessa cimeira das Lajes foi decidida a operação
militar no Iraque e Durão Barroso nunca se penitenciou pelo seu alinhamento com
essa intervenção, que foi ilegal e não teve o apoio das Nações Unidas.
Ontem, o jornal
catalão La Vanguardia evocou essa decisiva cimeira com a fotografia dos
principais responsáveis pela intervenção militar, bem como pela instabilidade e
a guerra que se seguiram no Iraque e que causaram mais de cem mil mortos. Alguns
já lamentaram ter alinhado na mentira, mas não se conhece nenhuma posição do cherne sobre essa matéria.
Entretanto, Saddam
Hussein foi capturado no dia 13 de dezembro de 2003 e depois de um julgamento
que durou um ano, foi enforcado no dia 30 de dezembro de 2006, por ter sido
considerado culpado por crimes contra a humanidade por um tribunal iraquiano. O líder iraquiano foi eliminado, mas a guerra e a instabilidade continuam no Iraque, enquanto o cherne continua a passear-se como se nada tivesse sido com ele.
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