O presidente
chinês Xi Jinping esteve durante três dias em Moscovo numa “viagem de amizade,
cooperação e paz”, durante os quais teve alargadas conversações com Vladimir
Putin, nas quais foram discutidas as tensões com o ocidente e, em especial com
os Estados Unidos, mas também o conflito na Ucrânia e a cooperação bilateral
entre os dois países.
O encontro entre
Xi e Putin parece ter tido como principal objectivo a afirmação de uma parceria
estratégica entre a Rússia e a China, que seja afirmativa e que se assuma como
desafiadora da hegemonia mundial dos Estados Unidos, contrariando a lógica
ocidental que ainda vem dos tempos da Guerra Fria. O segundo objectivo do
encontro foi a discussão do plano de paz para a Ucrânia que a China já tinha
apresentado, em que se assume como mediador e que, aparentemente, já poderá
estar a ser discutido pelas partes. Xi Jinping disse que muitos países querem
negociações de paz e “não querem que seja atirada mais lenha para a fogueira”,
enquanto Putin já reconheceu a “atitude equilibrada” da China em relação à
crise ucraniana e parece apostado em resolvê-la por meios políticos e
diplomáticos. Recentemente, foi a China que conseguiu juntar e conciliar a
Arábia Saudita e o Irão que eram considerados irreconciliáveis e esse sucesso
diplomático confere à China boas perspectivas em relação ao conflito ucraniano.
O terceiro objectivo do encontro entre Xi e Putin foi o reforço da cooperação
bilateral, tendo sido anunciados acordos nas áreas do comércio, investimento,
energia, megaprojectos e alta tecnologia.
Porém, nada foi
revelado no quadro da cooperação militar entre os dois países, mas é preciso
ter presente que Xi Jinping e Vladimir Putin já se encontraram cerca de 40
vezes desde 2012 e ambos se reconhecem como amigos, o que significa que a
aliança militar entre ambos também saiu reforçada deste encontro. A imprensa
mundial deu grande destaque a este encontro que pode alterar os equilíbrios
geopolíticos mundiais.
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