A guerra na
Ucrânia começou com a invasão russa de 24 de Fevereiro de 2022 e já dura há 462
dias, com muitas mortes, muitos refugiados e muitas destruições. Custa a
acreditar como é possível que nenhuma diplomacia consiga parar aquela tragédia!
A percepção que temos do que se passa e dos combates que afectam milhões de
ucranianos, resulta do que nos é transmitido pela comunicação social interna e
internacional, pelos inúmeros comentadores e opinion makers que tanto dizem uma coisa como o seu contrário, daí
resultando uma enorme ignorância sobre o que realmente se passa no terreno e
sobre as hipóteses de parar com esta desgraça.
A Ucrânia é o
segundo maior país da Europa, tendo-se tornado independente em 1991 depois do
colapso da União Soviética. Seguiu-se um período de grande instabilidade e
tensão entre ucranianos pro-Europa e ucranianos pro-Rússia, até que em 2014 a
Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia e passou a apoiar as forças
independentistas pró-russas de alguns territórios do Donbas, que lutavam contra
o exército ucraniano e proclamaram as regiões administrativas de Lugansk e
Donetsk, como repúblicas populares independentes. Foi nesse contexto que em
2022 foi iniciada a invasão russa da Ucrânia.
Como é natural,
há quem apoie a Ucrânia e exija que os russos abandonem os territórios que
ocuparam militarmente com a invasão, há quem compreenda que os russos foram
provocados e que tinham o dever de proteger as populações ucranianas de etnia
russa, mas também há muita gente que aspira a que se chegue a um cessar-fogo e
a negociações de paz. Porém, a guerra
tende a intensificar-se e as notícias referem cada vez mais soldados, mais armas
e mais combates. Não se vê quem esteja em vantagem e todos estão a perder. Agora
acentua-se a pressão russa sobre a cidade de Kiev e, numa lógica de “acção e
reacção”, a cidade de Moscovo foi alvo de um ataque de drones. Em 15 meses de guerra nunca a capital russa, situada a mil
quilómetros das fronteiras ucranianas, tinha sofrido um ataque desta natureza.
Um comentador afirmou que “sem dúvida, o ataque
de drones de hoje em Moscovo é uma
resposta aos 17 ataques com drones e
mísseis da Rússia contra Kiev ao longo deste mês”.
A fotografia
publicada pelo The Washington Post e muitos outros jornais internacionais mostra
os efeitos da explosão de um drone num
edifício de Moscovo, um facto que pode significar uma maior escalada na guerra
e um maior afastamento da ansiada paz. Como referia um jornal português “a
guerra chegou ao coração da Rússia com o ataque de drones a Moscovo”.
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