A actividade
política e as eleições na Catalunha são acontecimentos que nos interessam por
razões de proximidade geográfica e de coesão ibérica. Numa altura em que há
algumas tensões na velha Europa e em que não se vislumbra quem possa arrumar a
casa e liderar a sua caminhada para o futuro com harmonia e progresso, a
estabilidade ibérica é um elemento importante.
Depois de catorze anos em que o
independentismo ameaçou a comunidade autónoma da Catalunha e a unidade
espanhola, o Partido dos Socialistas da Catalunha de Salvador Illa venceu as
eleições de ontem com 27,9% dos votos e passou de 33 para 42 dos 135 deputados, com
expressivas vitórias nas províncias de Barcelona e Tarragona, enquanto o
conjunto dos partidos independentistas apenas elegeu 59 deputados, embora tivesse
sido maioritário nas províncias de Lérida e Girona.
Foi a primeira
vez que o Partido dos Socialistas da Catalunha venceu uma eleição, tanto em
número de votos como em número de deputados eleitos, o que também reforça o
poder de Pedro Sanchéz que é muito próximo de Salvador Illa. O jornal La
Razón escolheu como manchete a frase “Derrota do independentismo”,
enquanto o jornal El País diz que “el
triunfo de Illa entierra el ‘procés’ e o ABC
escolheu o título “Cataluña castiga el independentismo”, o que parece mostrar
alguma unanimidade quanto à interpretação dos resultados eleitorais.
Aparentemente, os catalães cansaram-se da instabilidade social gerada pelas
lutas independentistas e perceberam que a União Europeia não apoiava o
soberanismo catalão. Porém, a estabilidade política da Catalunha ainda vai
depender dos acordos que o partido mais votado consiga fazer para poder
governar.
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