António Costa
iniciou hoje o seu mandato como presidente do Conselho Europeu, sucedendo ao
belga Charles Michel, o que constitui um acontecimento relevante para a
auto-estima dos portugueses. Já havia António Guterres a dirigir as Nações
Unidas e agora há um outro português a dirigir politicamente a União Europeia,
o que mostra como as elites nacionais estão preparadas para exercerem altos
cargos internacionais.
António Costa tem
actualmente 63 anos de idade e foi o Primeiro-Ministro de Portugal desde 2015 a
2024, tendo pedido a demissão do seu cargo na sequência de qualquer coisa ainda
não esclarecida, mas que tem todo o ar de “emboscada” preparada por adversários
políticos.
O desafio que vai enfrentar a partir de Bruxelas é complexo e ele terá que usar a inteligência, a
sabedoria e a serenidade para se relacionar com os 27 estados-membros, ou as 27
pátrias europeias, ou ainda, as 27 vaidades nacionais, onde cohabitam línguas e
culturas muito diversas, estados-gigantes e estados-pigmeus, esquerdas e
direitas, nórdicos e latinos, eslavos e saxónicos. Nesse relacionamento,
assumem grande importância a guerra da Ucrânia e as relações com a América de
Trump e com a Rússia de Putin, mas também a coesão e a solidariedade internas, o alargamento, a problemática das minorias étnicas, as alterações climáticas, entre muitas
outras questões que vão determinar o futuro próximo da Europa.
Na sua actividade,
António Costa corre o risco de colidir com a Comissão Europeia e com a sua
presidente Ursula von der Leyen que, no seu anterior mandato, interveio muitas
vezes como se presidisse também ao Conselho Europeu, designadamente com o apoio
que tem dado à crueldade do regime israelita. Além disso, esperam-se grandes
mudanças na Europa e no mundo pelo que, usando uma figura meteorológica,
podemos dizer que António Costa vai estar no “olho do furacão”.
Hoje, o jornal Público
publicou uma extensa entrevista com o novo Presidente do Conselho Europeu, a
quem certamente todos os portugueses desejam uma feliz comissão e um contributo positivo para a paz e para o progresso da União Europeia.