As eleições
gerais moçambicanas foram realizadas no passado dia 9 de Outubro, com o
propósito de eleger o novo Presidente da República, os 250 deputados da
Assembleia da República e os membros das dez assembleias provinciais. Alguns
dias depois, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) anunciou que Daniel Chapo, o
candidato do partido Frelimo que está no poder, tinha vencido as eleições com
71% dos votos e que o partido conquistara 195 dos 250 assentos parlamentares. A
CNE informou, também, que o Partido Optimista pelo Desenvolvimento de
Moçambique (Podemos) conquistara 31 assentos e que a Renamo conquistara 20
assentos parlamentares.
O Podemos
contestou estes resultados com base na sua própria contagem de votos e
reivindicou que o seu candidato Venâncio Mondlane vencera a corrida presidencial com 53% dos
votos e que o partido conquistara 138 assentos parlamentares, ameaçando lançar uma greve e uma contestação nacional se a
Frelimo fosse declarada vencedora. De facto, a oposição conseguiu mobilizar a
população um pouco por todo o território nacional num movimento de contestação
dos resultados eleitorais e, no dia 28 de Outubro, Venâncio Mondlane apelou à
formação de um governo de unidade nacional em que participassem todos os partidos
da oposição, para formar uma frente unida contra a Frelimo. Entretanto,
aconteceram assassinatos, há violência nas ruas da capital, distúrbios em várias cidades, estão
contabilizadas mais de três dezenas de mortos e muitos reclamam a “reposição da
verdade eleitoral”. Há dois dias, o jornal O
País informava que “manifestantes assaltam o centro de Maputo”, enquanto o
semanário Savana, que é crítico da Frelimo, escolheu como título
“Guerrilha urbana”, parecendo mais uma sugestão ou um apelo aos manifestantes do que uma notícia.
A realidade é que a
situação é grave e que aqui esperamos que a razão e a pacificação cheguem
depressa a Moçambique.
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