O mundo árabe está a acordar, como diz o The Economist. Aqui bem perto, na orla sul do Mediterrâneo, há uma incontrolável onda de contestação que começou na Tunísia, se estendeu ao Egipto e a outros países, estando agora com grande intensidade na Líbia.
Os telejornais vão mostrando preocupantes imagens e os especialistas aparecem às dezenas nas televisões, a comentar, a esclarecer e a informar. Eu não sabia que havia em Portugal tantos especialistas destas coisas!
A contestação parece ser uma reacção aos modelos políticos, ao autoritarismo prevalecente, à desigualdade social e à falta de emprego. Ninguém pode prever o rumo dos acontecimentos, nem a dimensão ou direcção do risco de contágio, mas a margem norte do Mediterrâneo não pode deixar de estar atenta. E os refugiados? E o petróleo e o gás? E o vento?
Nos últimos anos, Portugal tem apostado muito nesta região, tendo aumentado as suas exportações e os seus investimentos. Hoje há muitas empresas portuguesas ou com capitais portugueses nesta região, que estão seriamente ameaçadas. Estamos perante um mero acidente de percurso? Uma derrota? Uma oportunidade? Como irá ser o futuro desta aposta lusitana?
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