O Correio da Manhã informou na sua edição de hoje, com grande destaque, que a “CP encomenda 13 carros de luxo para chefes”.
Lê-se e não se acredita!
Numa altura em que um dos quebra-cabeças governamentais são as empresas públicas de transportes, os seus défices de exploração e os seus avultados passivos, esta notícia é, à sua escala, um enorme murro no estômago, como diria o nosso Primeiro.
Os modernos jornais tendem a exagerar, a praticar o sensacionalismo e a utilizar uma duvidosa tematização no seu alinhamento noticioso mas, frequentemente, também assumem o papel de guardiões dos valores democráticos, ao vigiar os atropelos e ao denunciar os excessos praticados.
Escasseiam os chamados jornais de referência em que se acreditava plenamente e os leitores – tal como os ouvintes e os telespectadores – cada vez mais, têm que estar atentos para decifrar a verdade na notícia que foi produzida para nos ser servida, até porque o mesmo facto pode dar origem a notícias de significados opostos.
A notícia hoje divulgada pode ser verdadeira ou falsa, mas tem um efeito psicológico desmoralizador sobre os leitores e acentua o clima depressivo que se está a apoderar da sociedade portuguesa. Ninguém compreende como estas coisas são possíveis, exactamente quando todos os dias nos chegam notícias devastadoras e brutais, a antecipar dias sombrios.
Será para pagar estas viaturas que o governo pretende diminuir os ordenados dos trabalhadores da CP? Bem visto, para não aumentar o enorme déficit acumulado da empresa.
ResponderEliminarNCruz