O dinamismo cultural da sociedade portuguesa é
avaliado frequentemente através das iniciativas das grandes instituições
culturais públicas ou privadas, nomeadamente os grandes concertos e exposições.
Essa avaliação ainda nos conduz a um acentuado centralismo em torno das duas
maiores cidades do país, sobretudo em relação às chamadas culturas eruditas,
embora a iniciativa das autarquias e de muitas outras associações culturais
criadas pela sociedade civil tenham vindo a alterar este tradicional centralismo
e a atrair cada vez mais agentes culturais e mais públicos.
A exposição Eduardo Gageiro – Rapaz
de Sacavém, fotógrafo do Mundo, patente no Museu de Cerâmica de Sacavém, é um excelente exemplo
de iniciativa local e de descentralização cultural. Trata-se de uma exposição biográfica
da vida e obra de Eduardo Gageiro, natural de Sacavém e reconhecido como um dos
melhores repórteres fotográficos portugueses, que apresenta algumas fotografias
que se tornaram emblemáticas da nossa história recente, como algumas que
registou no dia 25 de Abril de 1974, mas também as fotografias de muitas
figuras públicas que ao longo dos anos foram registadas pela sua câmara
fotográfica. A exposição também é uma revisitação de muitos episódios marcantes
do último meio século da história portuguesa, está muito bem apresentada sob o
ponto de vista museológico, tendo um elevado interesse pedagógico e documental.
Inicialmente prevista para terminar em 16 de Fevereiro de 2014, a Câmara Municipal de Loures decidiu prolongá-la até ao fim do ano, devido à curiosidade e ao interesse que tem suscitado, mas
também por se comemorarem os 40 anos do 25 de Abril.
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