A edição de hoje
do Correio
Braziliense é demolidora para os deputados brasileiros e, na sua
primeira página, destaca o título “#vaitrabalhardeputado”, sugerindo aos
leitores que vejam quanto custa aos brasileiros que pagam impostos o dia de
trabalho de um político, quer na Assembleia Legislativa (deputados estaduais),
quer no Congresso Nacional (deputados federais).
Num pequeno texto
introdutório o jornal diz: “Eles foram eleitos para legislar a favor do cidadão.
Zelar para que os brasileiros tenham serviços públicos como educação, saúde,
segurança e transporte de boa qualidade. Como cada um deles custa 62 milhões
anuais [de reais*], e haverá em tese apenas 34 sessões deliberativas em 2014,
cada dia de ‘serviço efectivo’ das excelências sairá por 1,8 milhões [de reais*]”.
É um escracho. Uma vergonha que se repete também no Congresso Nacional. Feitas
as contas, cada uma das sessões de votação na Câmara dos Deputados custará nada
menos que 3,75 milhões [de reais*]”.
Eu
não possuo números que, sobre os deputados portugueses, possam comparar com os deputados
brasileiros. Porém, numa altura em que são severamente cortados os rendimentos
dos funcionários públicos e dos pensionistas, os deputados portugueses em
finais de 2013 aumentaram os seus vencimentos em 4,99%, passando o seu valor global de 9.803.084 euros para
10.293.000 euros. Ainda mais estranho é o que se passa com os seus Subsídios de
Férias e de Natal que beneficiam de um aumento de 91,8%, passando de 1.017.270
euros no orçamento de 2013 para 1.951.376 euros no orçamento para 2014.
E aqui está como o Brasil e Portugal
têm, não só um passado histórico e uma língua comuns, mas também uma classe
política cheia de semelhanças pouco recomendáveis. Porém, aqui neste jardim lusitano parece que não temos jornalistas com o profissionalismo e a coragem necessárias para investigar estas coisas, nem jornais como o Correio Braziliense para denunciar estas realidades.
*Hoje, um euro tem o valor cambial de
3,11 reais.
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