Há duas semanas o
Papa Francisco esteve numa visita oficial de três dias ao Médio Oriente, com
passagens pela Jordânia, pela Palestina e por Israel, com o objectivo de relançar
o diálogo inter-religioso e contribuir para a resolução do conflito israelo-palestiniano
que continua a agravar-se. De entre os inúmeros
encontros do Papa Francisco destacam-se aqueles que manteve com Mahmoud Abbas,
o presidente da Autoridade Palestiniana, e com Shimon Peres, o presidente de
Israel, aos quais fez um convite para se juntarem a ele no Vaticano para que, em
conjunto, rezassem pela paz. Aludiu, então, às “consequências trágicas do
prolongado conflito” e disse que “chegou a hora de se colocar um ponto final numa
situação que se tornou cada vez mais inaceitável”.
Ontem, duas
semanas depois do desafio lançado, o líder da Igreja Católica reuniu e rezou nos
jardins do Vaticano com os presidentes de Israel e da Palestina, juntando simbolicamente
nesse singular encontro, os cristãos, os muçulmanos e os judeus. A fotografia
do abraço entre Shimon Peres e Mahmoud Abbas, apadrinhado pelo Papa e
aparentemente muito afectuoso, ilustrou muitas primeiras páginas dos jornais,
como por exemplo The Wall Street Journal.
Independentemente
dos resultados deste encontro, ele é um expressivo sinal e representa um forte
contributo para ultrapassar o conflito que tem oposto israelitas e
palestinianos, mas que também tem envolvido o mundo árabe e os aliados de Israel, num contínuo processo
de ameaça à paz mundial. Com esta iniciativa, fica evidenciado quão
importante pode ser o papel do Papa e da Igreja Católica como potenciadores do
diálogo e da paz em situações de conflito. Numa declaração ontem
produzida, o Papa Francisco disse que “para ter paz é preciso mais coragem do
que para fazer a guerra” e que “é preciso coragem
para dizer sim ao encontro e não ao conflito, sim ao diálogo e não à violência,
sim às negociações e não às hostilidades, sim ao respeito dos pactos e não às
provocações, sim à sinceridade e não à duplicidade. Para tudo isto, é preciso
coragem e grande esforço de ânimo”.
A iniciativa do
Papa que apelou a um "diálogo a todo o custo", é uma lição para os líderes
mundiais e um desafio para aqueles dois dirigentes que não podem ignorar por
mais tempo o desejo de paz dos seus povos e devem colocar um ponto final no
conflito que assola o Médio Oriente há várias décadas.
Sem comentários:
Enviar um comentário