domingo, 7 de setembro de 2025

Vergonha! ...o justo grito dos europeus

A capa da mais recente edição da revista italiana L’Espresso vale mais que mil palavras e o título escolhido – vergonha – exprime o sentimento de muitos europeus, certamente muitos milhões de homens e mulheres indignados com a forma desumana e assassina como os extremistas de Israel estão a castigar os palestinianos em Gaza, mas também pela insensibilidade, calculismo e cumplicidade como a União Europeia e alguns dos seus dirigentes mais destacados têm calado e consentido o genocídio que está a ser praticado. É uma vergonha, escreveu em título a revista italiana, pois os continuados silêncios de António Costa, de Ursula von der Leyen, de Kaja Kallas, de Roberta Metsola e de outros dirigentes, não são outra coisa.
Todos os dias somos confrontados com imagens de mais violência e mais destruição e com notícias de mais mortes, mais fome, mais desumanidade e mais sofrimento. A ideia sinistra de fazer de Gaza uma Riviera do Mediterrâneo Oriental parece estar em marcha, mas os dirigentes europeus assobiam para o lado e continuam hipocritamente a apresentar-se como os grandes defensores dos direitos humanos, havendo alguns dos seus países que continuam a alimentar o genocídio ao abastecer os extremistas israelitas com armas e munições.
Porém, a cumplicidade europeia para com Israel não é unânime. Alguns países europeus já tinham reconhecido o estado da Palestina antes de ingressar na União Europeia (Bulgária, Polónia, Chéquia, Eslováquia, Hungria, Roménia, Chipre e Suécia) e outros reconheceram-no em 2024 (Irlanda, Espanha e Eslovénia). Mais recentemente, alguns países anunciaram que neste mês de Setembro também o iriam reconhecer (França, Malta e Bélgica). Veremos.
Neste quadro de vergonha, salienta-se a dignidade da Espanha e do governo de Pedro Sánchez que, não só reconheceu o estado da Palestina, como tem defendido a exclusão de Israel de todas competições internacionais, desportivas e outras, comparando a situação com a exclusão da Rússia após a invasão da Ucrânia.

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