A capa da mais
recente edição da revista italiana L’Espresso vale mais que mil
palavras e o título escolhido – vergonha
– exprime o sentimento de muitos europeus, certamente muitos milhões de
homens e mulheres indignados com a forma desumana e assassina como os
extremistas de Israel estão a castigar os palestinianos em Gaza, mas também
pela insensibilidade, calculismo e cumplicidade como a União Europeia e alguns
dos seus dirigentes mais destacados têm calado e consentido o genocídio que
está a ser praticado. É uma vergonha, escreveu em título a revista italiana,
pois os continuados silêncios de António Costa, de Ursula von der Leyen, de
Kaja Kallas, de Roberta Metsola e de outros dirigentes, não são outra coisa.
Todos os dias
somos confrontados com imagens de mais violência e mais destruição e com
notícias de mais mortes, mais fome, mais desumanidade e mais sofrimento. A
ideia sinistra de fazer de Gaza uma Riviera do Mediterrâneo Oriental parece
estar em marcha, mas os dirigentes europeus assobiam para o lado e continuam
hipocritamente a apresentar-se como os grandes defensores dos direitos humanos,
havendo alguns dos seus países que continuam a alimentar o genocídio ao
abastecer os extremistas israelitas com armas e munições.
Porém, a
cumplicidade europeia para com Israel não é unânime. Alguns países europeus já
tinham reconhecido o estado da Palestina antes de ingressar na União Europeia
(Bulgária, Polónia, Chéquia, Eslováquia, Hungria, Roménia, Chipre e Suécia) e
outros reconheceram-no em 2024 (Irlanda, Espanha e Eslovénia). Mais
recentemente, alguns países anunciaram que neste mês de Setembro também o iriam
reconhecer (França, Malta e Bélgica). Veremos.
Neste quadro de
vergonha, salienta-se a dignidade da Espanha e do governo de Pedro Sánchez que,
não só reconheceu o estado da Palestina, como tem defendido a exclusão de
Israel de todas competições internacionais, desportivas e outras, comparando a situação com a exclusão da Rússia após a
invasão da Ucrânia.
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