Cesária Évora faleceu ontem na cidade do Mindelo. Nascida em 1941 nessa mesma cidade, era a mais famosa voz de Cabo Verde e era um símbolo da lusofonia. A notícia teve um enorme impacto em Portugal e no mundo e, de imediato, sucederam-se declarações de consternação e de homenagem.
Visitei o arquipélago de Cabo Verde pela primeira vez em 1964 e na passagem pela ilha de São Vicente conheci a atraente e festiva cidade do Mindelo, tive o meu primeiro contacto com águas tropicais, apreciei a saborosa cachupa cabo-verdiana e tive a oportunidade de ver e ouvir a jovem Cesária Évora, que então já era a voz mais aclamada de Cabo Verde. Tornei-me um apreciador de mornas e coladeras e, também, da cultura cabo-verdiana. Depois tornei-me um admirador da cantora, passei a ouvir os seus discos e, mais tarde, assisti a algumas das suas apresentações em Lisboa.
Cesária cantava desde muito jovem, ganhou notoriedade e tornou-se a voz de Cabo Verde. Porém, só em 1985 iniciou uma carreira internacional em Portugal e logo de seguida em Paris, onde actuou, gravou e veio a fixar residência, tornando-se uma estrela internacional. Em 2004 conquistou o Grammy do melhor álbum de world music contemporânea e em 2009 a França condecorou-a com a Legião de Honra.
Por razões de saúde tinha posto fim à sua carreira em Setembro de 2011.
Cesária Évora deixa muita sôdade. Seguramente, é uma das vozes musicais que mais vezes ouvi e, tal como acontece em Portugal com Amália, também em Cabo Verde não será fácil encontrar quem tenha o seu carisma e a sua voz.
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