domingo, 29 de abril de 2012
O escândalo da fraude no BPN
sábado, 28 de abril de 2012
Uma ilha com muitos Bispos
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AÇORES,
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SÍTIOS COM HISTÓRIA,
TIMOR
O Museu do Scrimshaw na ilha do Faial
sexta-feira, 27 de abril de 2012
Uma verdadeira obscenidade!
terça-feira, 24 de abril de 2012
25 de Abril de 1974
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Uma nova esperança para a Europa
No bom caminho?
domingo, 22 de abril de 2012
A imoralidade das pensões douradas
O Correio da Manhã anuncia hoje que o número de reformados do Estado com pensões acima de quatro mil euros, as chamadas pensões douradas, não pára de aumentar. No final do ano passado, segundo o relatório da Caixa Geral de Aposentações existiam 5.235 pensionistas milionários, correspondendo a um aumento de 396 beneficiários face aos 4.839 indivíduos que recebiam reformas douradas em 2010, o que significa que houve um aumento de 8,2 por cento. Dá que pensar porque, segundo avaliou o jornal, a despesa anual com estas pensões ultrapassa os 250 milhões de euros.
Essa situação é absolutamente condenável e não há nenhum critério – tempo de serviço, cargo desempenhado, qualificação profissional ou académica – que justifique este tipo de privilégio que é uma vergonha para a Democracia e uma ofensa para a generalidade da população trabalhadora. Está de acordo com a lei? Mude-se a lei.
É um direito adquirido? Também os meus subsídios eram.
Como é sabido, a pensão média portuguesa é da ordem dos 300 euros, o salário mínimo é de cerca de 485 euros e há quase um milhão de desempregados. Neste quadro, é chocante que se mantenham essas situações injustas e até mesmo imorais, como por exemplo os mais de quatrocentos ex-políticos a receber uma pensão vitalícia. Muitos deles, são hoje gestores de topo em empresas privadas, mas acumulam a pensão do Estado, apesar dos cortes previstos pelo Orçamento do Estado.
Fala-se da reforma do sistema de pensões em Portugal que, de acordo com as promessas eleitorais, devia avançar ainda este ano. Mas esta gente só tem coragem para enfrentar os fracos, porque frente aos fortes apenas revela cobardia.
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Gulbenkian defende o património
Sabemos que existe no mundo uma grande quantidade de património construído de origem portuguesa, sobretudo militar e religioso, mas nem sempre temos dele a informação mais correcta.
A Fundação Calouste Gulbenkian juntou 76 especialistas e, em 2010 e 2011, publicou o “Património de Origem Portuguesa no Mundo – Arquitetura e Urbanismo”, um projecto que foi coordenado pelo historiador José Mattoso e que se materializa em três volumes que inventariam 1850 edifícios, obras ou cidades em 550 locais, datados de 1415 a 1999, ou seja, desde a data da conquista de Ceuta até ao ano em que a administração de Macau foi transferida para a China.
Agora a Fundação Gulbenkian vai mais longe e inaugurou um portal - www.hpip.org – que dá continuidade ao projecto editorial. Todas as entradas dos três volumes dedicados à América do Sul (1), à Ásia e Oceânia (2) e a África, Mar Vermelho e Golfo Pérsico (3) estão disponíveis online, em versão portuguesa e inglesa. O HPIP (Heritage of Portuguese Influence/Património de Influência Portuguesa), reúne de forma integrada toda a informação sobre o património de influência portuguesa no mundo, tendo em vista a sua divulgação maciça, sem deixar de procurar as contribuições externas com novas entradas e informações. O projecto não tem fins lucrativos e funcionará com base na colaboração graciosa de todos as pessoas que enviarem textos novos ou propostas de correcção ou aditamento aos textos originais. A gestão do HPIP será rotativa entre quatro universidades: Universidade de Évora, Universidade Nova de Lisboa, Universidade Técnica de Lisboa e Universidade de Coimbra, sendo esta a primeira responsável.
Uma boa ideia e mais uma grande iniciativa cultural da Fundação Gulbenkian!
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Os insaciáveis glutões da RTP
Na sua edição de hoje o Diário Económico informa que a administração da RTP pediu ao Governo um regime de excepção à nova tabela remuneratória definida pelo novo estatuto do gestor público, o qual define que os administradores das empresas públicas - nomeadamente o presidente - não podem auferir uma remuneração acima do vencimento do primeiro-ministro, que é de 6.850 euros mensais.
Segundo o mesmo jornal, o senhor Guilherme Costa, actual presidente da RTP, teve em 2010 uma remuneração bruta anual de 250 mil euros e, pelos vistos, não está nada contente com esta decisão, pelo que reagiu. Porém, em vez de se demitir, preferiu mendigar um regime de excepção ao governo. Que tristeza de gente!
No momento que somos confrontados com desemprego e pobreza, cortes nos subsídios, aumentos brutais no IRS, aumentos da electricidade, dos transportes e da saúde, vem a RTP e o tal senhor Costa, fazer um pedido que envolve uma total ausência de bom senso e uma atrevida ousadia. Espera-se que os valentões das Finanças, isto é, os gasparinhos, tenham a resposta adequada e, ainda, que a tutela tenha a coragem de dar uma guia de marcha a esses indivíduos para deixarem de nos explorar e para irem pregar para outra freguesia. A sua experiência talvez possa interessar a algumas televisões locais…
quarta-feira, 18 de abril de 2012
FMI traça-nos um futuro negro
Os jornais portugueses referem hoje o relatório da Primavera do FMI – o World Economic Outlook – que contém preocupantes previsões sobre o futuro imediato da Europa, da Zona Euro e, naturalmente, dos portugueses. Na base das preocupações manifestadas no relatório do FMI está o sobreendividamento europeu, mas também o desemprego e o decréscimo da competitividade, sobretudo nos países do Sul – Grécia, Portugal, Espanha e Itália – todos eles vítimas da espiral da dívida e da crise internacional.
No entanto, em termos mais imediatos, o problema português parece derivar também do previsível abrandamento da conjuntura europeia. De facto, a Itália e a Espanha (terceira e quartas economias da Zona Euro) deverão retroceder cerca de 2%, enquanto a Alemanha e a França (primeira e segunda economias da Zona Euro), deverão estagnar. Acontece que mais de metade das exportações portuguesas se dirigem para esses quatro países e, por isso, as perspectivas de crescimento económico e de emprego pela via do aumento das exportações está comprometida. Assim, a crise portuguesa tenderá a aprofundar-se, a não ser que seja estimulado o consumo interno e a poupança, o que só é possível com menos austeridade. É uma pescadinha de rabo na boca, que não depende só de nós. Como é evidente e já era sabido. Porém, há um ano atrás diziam-nos – o Catroga, o Moedas e o Nogeira - que com o corte de gorduras do Estado e a extinção de institutos tudo se resolveria. Afinal, não é assim. Paradoxalmente, há um programa que foi feito pelo FMI e, pasme-se, é o mesmo FMI que nos está a traçar um futuro negro, como salienta o Jornal de Notícias. Bom seria que se enganassem…
No entanto, em termos mais imediatos, o problema português parece derivar também do previsível abrandamento da conjuntura europeia. De facto, a Itália e a Espanha (terceira e quartas economias da Zona Euro) deverão retroceder cerca de 2%, enquanto a Alemanha e a França (primeira e segunda economias da Zona Euro), deverão estagnar. Acontece que mais de metade das exportações portuguesas se dirigem para esses quatro países e, por isso, as perspectivas de crescimento económico e de emprego pela via do aumento das exportações está comprometida. Assim, a crise portuguesa tenderá a aprofundar-se, a não ser que seja estimulado o consumo interno e a poupança, o que só é possível com menos austeridade. É uma pescadinha de rabo na boca, que não depende só de nós. Como é evidente e já era sabido. Porém, há um ano atrás diziam-nos – o Catroga, o Moedas e o Nogeira - que com o corte de gorduras do Estado e a extinção de institutos tudo se resolveria. Afinal, não é assim. Paradoxalmente, há um programa que foi feito pelo FMI e, pasme-se, é o mesmo FMI que nos está a traçar um futuro negro, como salienta o Jornal de Notícias. Bom seria que se enganassem…
segunda-feira, 16 de abril de 2012
O Divino Espírito Santo 2012
As famosas Festas do Espírito Santo que se realizam nos Açores a partir de Abril até Junho, apresentam características diferenciadas de ilha para ilha e de povoação para povoação, mas são bem características da vida religiosa e cultural dos açorianos. Diz-se que fazem parte da alma açoriana, pois ajudaram a desenvolver um sentido de comunidade que se manifesta intensamente nas ilhas e no exterior, levando muitos emigrantes a regressar às origens apenas para participar nas cerimónias e nos festejos do Espírito Santo.
As Festas do Espírito Santo foram trazidas do Continente com os primeiros povoadores e, na actualidade, conservam as suas características principais, incluindo uma grande devoção religiosa, um intenso colorido das cerimónias e uma acentuada feição popular. A festa é organizada pela Irmandade de mordomos e pelas suas famílias. As ruas são ornamentadas com luzes e bandeirinhas, as pessoas vestem os seus melhores fatos e as crianças divertem-se. Respira-se um ambiente de festa que envolve as pessoas da terra e das povoações vizinhas. O cortejo ou procissão deixa a casa do mordomo e dirige-se para a igreja, incorporando o mordomo, as rainhas, a banda de música, os foliões e o povo. A cerimónia religiosa é muito participada e inclui a coroação do imperador e das rainhas, repetindo-se depois o cortejo. De seguida, as oito centenas de participantes e convidados dirigem-se para o almoço - as sopas do Espírito Santo - para o qual foram abatidas quatro vacas!
Foi nas Terras, ali junto às Lajes do Pico e eu fui convidado pelo A.P. Agradeço-lhe esta oportunidade. Foram várias horas de grande espectáculo, em que se destacam as vertentes religiosa, musical, etnográfica e gastronómica!
domingo, 15 de abril de 2012
Anticiclone dos Açores
Mais uma vez estou de visita ao arquipélago dos Açores, ou antes, à ilha do Pico. O voo directo desde Lisboa foi muito calmo e a aterragem do Airbus da TAP no aeroporto da ilha do Pico foi serena.
Inesperadamente, a ilha não estava envolvida pelas neblinas que aparecem nesta época do ano, não havia os habituais chuviscos, o vento estava adormecido, o pico mais alto de Portugal estava descoberto e, na sua impressionante imponência, ainda exibia alguns restos de neve.
Um sol radioso iluminava a orla costeira, as verdejantes encostas e o casario branco das povoações. A meteorologia revelava-se benigna, parecendo deixar para trás o tempo das ventanias e dos dias de contínua pluviosidade, ao mesmo tempo que parecia antecipar os dias das festas e das romarias que tanto animam o quotidiano açoriano nos meses de Verão. O anticiclone dos Açores deve estar estacionário sobre as ilhas açorianas e a produzir este bom tempo, imprevisto mas muito agradável. Com este cenário, não há desânimo que chegue aqui!
Apesar de todas as contrariedades que afectam a nossa economia e a nossa sociedade, "uma boa meteorologia" ajuda a reconquistar o optimismo e a confiança de que o nosso país tanto precisa. Por isso, bom seria que o anticiclone se deslocasse mais para Este, para mais próximo do rectângulo...
Inesperadamente, a ilha não estava envolvida pelas neblinas que aparecem nesta época do ano, não havia os habituais chuviscos, o vento estava adormecido, o pico mais alto de Portugal estava descoberto e, na sua impressionante imponência, ainda exibia alguns restos de neve.
Um sol radioso iluminava a orla costeira, as verdejantes encostas e o casario branco das povoações. A meteorologia revelava-se benigna, parecendo deixar para trás o tempo das ventanias e dos dias de contínua pluviosidade, ao mesmo tempo que parecia antecipar os dias das festas e das romarias que tanto animam o quotidiano açoriano nos meses de Verão. O anticiclone dos Açores deve estar estacionário sobre as ilhas açorianas e a produzir este bom tempo, imprevisto mas muito agradável. Com este cenário, não há desânimo que chegue aqui!
Apesar de todas as contrariedades que afectam a nossa economia e a nossa sociedade, "uma boa meteorologia" ajuda a reconquistar o optimismo e a confiança de que o nosso país tanto precisa. Por isso, bom seria que o anticiclone se deslocasse mais para Este, para mais próximo do rectângulo...
terça-feira, 10 de abril de 2012
Titanic: cem anos depois
No próximo dia 15 de Abril de 2012, completar-se-ão cem anos sobre o naufrágio do RMS Titanic, o famoso navio que foi construído nos estaleiros da Harland and Wolff em Belfast, na Irlanda do Norte. Era o maior navio de passageiros do mundo e, na época, a publicidade considerava-o "inafundável".
No dia 10 de Abril de 1912 o navio iniciou orgulhosamente a sua viagem inaugural largando de Southampton em direcção a Nova York, mas na noite de 14 para 15 de Abril de 1912 colidiu com um iceberg no oceano Atlântico e afundou-se em duas horas e quarenta minutos. Transportava 2.240 pessoas e, como consequência do naufrágio, perderam a vida 1.523 pessoas, o que constituiu uma das piores catástrofes marítimas de todos os tempos.
A catástrofe tem servido de base a muitos livros e a alguns filmes que têm descrito as circunstâncias em que ocorreu o naufrágio e os trágicos acontecimentos vividos a bordo, umas vezes com base nas declarações dos sobreviventes, mas muitas outras com base em pura ficção.
Em 1985 foi descoberto o local do naufrágio e foram observados os seus destroços a cerca de 4 mil metros de profundidade. Desde então, as novas tecnologias de imagiologia sonar têm permitido a análise do extenso campo dos destroços, a recolha de materiais e a reconstituição do que aconteceu ao navio, dando uma dimensão inovadora à arqueologia subaquática.
A televisão e os jornais já anunciaram que irão evocar a efeméride. Porém, o National Geographic antecipou-se e, ignorando os aspectos mais conhecidos da tragédia, divulgou os resultados das suas pesquisas que revelam os últimos momentos do Titanic, as circunstâncias em que se partiu e se afundou, para além de um pormenorizado mapa dos destroços, que esclarece melhor o que de facto aconteceu ao navio naquela noite de 14 de Abril de 1912.
No dia 10 de Abril de 1912 o navio iniciou orgulhosamente a sua viagem inaugural largando de Southampton em direcção a Nova York, mas na noite de 14 para 15 de Abril de 1912 colidiu com um iceberg no oceano Atlântico e afundou-se em duas horas e quarenta minutos. Transportava 2.240 pessoas e, como consequência do naufrágio, perderam a vida 1.523 pessoas, o que constituiu uma das piores catástrofes marítimas de todos os tempos.
A catástrofe tem servido de base a muitos livros e a alguns filmes que têm descrito as circunstâncias em que ocorreu o naufrágio e os trágicos acontecimentos vividos a bordo, umas vezes com base nas declarações dos sobreviventes, mas muitas outras com base em pura ficção.
Em 1985 foi descoberto o local do naufrágio e foram observados os seus destroços a cerca de 4 mil metros de profundidade. Desde então, as novas tecnologias de imagiologia sonar têm permitido a análise do extenso campo dos destroços, a recolha de materiais e a reconstituição do que aconteceu ao navio, dando uma dimensão inovadora à arqueologia subaquática.
A televisão e os jornais já anunciaram que irão evocar a efeméride. Porém, o National Geographic antecipou-se e, ignorando os aspectos mais conhecidos da tragédia, divulgou os resultados das suas pesquisas que revelam os últimos momentos do Titanic, as circunstâncias em que se partiu e se afundou, para além de um pormenorizado mapa dos destroços, que esclarece melhor o que de facto aconteceu ao navio naquela noite de 14 de Abril de 1912.
O nosso frequent flyer
O governo tem em mãos um enorme e exigente desafio nos planos técnico, político e social. Esse desafio implica unidade e coesão nas respostas, mas também a criação de uma imagem de competência e de equidade, que seja compreendida e assumida pela população. Porém, os sinais transmitidos para o exterior alimentam a dúvida e a inquietação, porque geram desconfiança, desmotivação e desânimo. Acumulam-se sinais negativos observáveis nos indicadores económico-sociais, mas também no excesso de viagens feitas pelos dos nossos governantes.
O jornal i investigou essas viagens e publicou os resultados da sua pesquisa na edição de 16 de Março. São surpreendentes. Não se compreende como nos 231 dias decorridos de Junho a Dezembro de 2011, os membros do governo tenham efectuado 246 viagens e tivessem gasto um milhão de euros em deslocações ao estrangeiro.
O MNE é o campeão das viagens. Antes andava de feira em feira. Agora é mais sofisticado e anda de aeroporto em aeroporto. De sala VIP em sala VIP. É o nosso frequent flyer que acumula pontos sem se saber para quê. Nem Mrs. Clinton viaja tanto. É um caso enigmático. Sendo o mais experiente e talvez o mais talentoso membro do governo, nunca cá está para dar a cara e co-responsabilizar-se pela acção governativa. Em 231 dias gastou 291.400 euros em 58 viagens! E tem continuado. Não sei se é no interesse do governo ou do país, mas certamente que é no seu interesse pessoal. Não sei que objectivo ou que lugar persegue, mas seguramente que procura qualquer coisa. Vai a todas. Não pára. Nós pagamos. Por este caminho vai entrar no livro do Guiness World Records.
O jornal i investigou essas viagens e publicou os resultados da sua pesquisa na edição de 16 de Março. São surpreendentes. Não se compreende como nos 231 dias decorridos de Junho a Dezembro de 2011, os membros do governo tenham efectuado 246 viagens e tivessem gasto um milhão de euros em deslocações ao estrangeiro.
O MNE é o campeão das viagens. Antes andava de feira em feira. Agora é mais sofisticado e anda de aeroporto em aeroporto. De sala VIP em sala VIP. É o nosso frequent flyer que acumula pontos sem se saber para quê. Nem Mrs. Clinton viaja tanto. É um caso enigmático. Sendo o mais experiente e talvez o mais talentoso membro do governo, nunca cá está para dar a cara e co-responsabilizar-se pela acção governativa. Em 231 dias gastou 291.400 euros em 58 viagens! E tem continuado. Não sei se é no interesse do governo ou do país, mas certamente que é no seu interesse pessoal. Não sei que objectivo ou que lugar persegue, mas seguramente que procura qualquer coisa. Vai a todas. Não pára. Nós pagamos. Por este caminho vai entrar no livro do Guiness World Records.
domingo, 8 de abril de 2012
España: todo lo que nos une
A Espanha vive um momento de extraordinária dificuldade e a edição de hoje do diário madrileno ABC propõe uma reflexão acerca “desta grande aventura que é a Espanha”, em que a realidade já supera o cenário de crise que a comunicação social transmite e que é percepcionado pelos espanhóis. A situação económica e financeira espanhola é gravíssima, tal como o desemprego. O clima de recessão alastra à economia e à sociedade. A esta situação somam-se os nacionalismos periféricos do País Basco e da Catalunha ou a preocupante situação da Andaluzia, a capital europeia do desemprego. As hipóteses de intervenção financeira externa, da saída do euro ou do incumprimento dos compromissos com os credores são reais. Neste quadro de desânimo colectivo, muitos analistas são reconduzidos à memória da crise de 1898, a grande depressão nacional em que a Espanha mergulhou depois de ter perdido a guerra com os Estados Unidos e ter perdido Cuba, Porto Rico e as Filipinas.
Dizem que a História se repete ciclicamente na Espanha e que na actual situação é necessário um alargado compromisso político e social para uma regeneração profunda da sociedade espanhola. É exactamente o que Portugal também precisa.
No contexto difícil que a Espanha atravessa, o diário ABC faz um veemente apelo à unidade na diversidade espanhola que é um factor de riqueza, de estabilidade e de equilíbrio.
A geografia une Portugal e a Espanha e, por isso, todos os problemas dos espanhóis também são os nossos problemas.
Dizem que a História se repete ciclicamente na Espanha e que na actual situação é necessário um alargado compromisso político e social para uma regeneração profunda da sociedade espanhola. É exactamente o que Portugal também precisa.
No contexto difícil que a Espanha atravessa, o diário ABC faz um veemente apelo à unidade na diversidade espanhola que é um factor de riqueza, de estabilidade e de equilíbrio.
A geografia une Portugal e a Espanha e, por isso, todos os problemas dos espanhóis também são os nossos problemas.
sábado, 7 de abril de 2012
É na terra, não é na lua
A ilha do Corvo é na Terra, não é na Lua. Esta frase proferida por Óscar Nunes, o antigo Cabo do Mar da ilha, numa entrevista dada em 1970 a um jornal, deu o título a um filme-documentário sobre a mais pequena ilha do arquipélago dos Açores.
A ilha é um enorme rochedo com cerca de 6 quilómetros de comprimento por 4 quilómetros de largura em pleno oceano Atlântico, com uma cratera de vulcão e uma única povoação com cerca de 450 pessoas. Até há cerca de trinta anos esteve frequentemente isolada e esquecida, mas com a construção da pista de aviação e, mais tarde, com a sua classificação como região ultra-periférica da União Europeia, a vida dos corvinos alterou-se substancialmente. Até começou a receber alguns turistas-aventureiros, como sucedeu em 2007 quando um operador de câmara e um técnico de som visitaram a ilha e se entusiasmaram com o que viram. Depois, durante quatro anos eles fizeram quatro viagens à ilha. Acompanharam a vida quotidiana dos corvinos. Recolheram imagens e sons dos mais diversos aspectos da ilha – a geografia, a fauna, a flora, a vila, a arquitectura e registaram muitos aspectos da sua paisagem social, das suas diversas actividades e falaram com as pessoas, com destaque para o emblemático corvino que é, desde há muitos anos, o meu amigo Óscar José Nunes.
Fizeram um filme que já foi premiado por júris qualificados.
Porém, o filme dura três longas e desnecessárias horas, com diversas sequências que nada acrescentam à narrativa, enquanto outros aspectos interessantes da vida da ilha são ignorados. Apesar disso, o filme é imperdível pela beleza das imagens e, para quem alguma vez visitou o Corvo, é um documento que permite revisitar a ilha e rever muitos dos seus encantos.
A ilha é um enorme rochedo com cerca de 6 quilómetros de comprimento por 4 quilómetros de largura em pleno oceano Atlântico, com uma cratera de vulcão e uma única povoação com cerca de 450 pessoas. Até há cerca de trinta anos esteve frequentemente isolada e esquecida, mas com a construção da pista de aviação e, mais tarde, com a sua classificação como região ultra-periférica da União Europeia, a vida dos corvinos alterou-se substancialmente. Até começou a receber alguns turistas-aventureiros, como sucedeu em 2007 quando um operador de câmara e um técnico de som visitaram a ilha e se entusiasmaram com o que viram. Depois, durante quatro anos eles fizeram quatro viagens à ilha. Acompanharam a vida quotidiana dos corvinos. Recolheram imagens e sons dos mais diversos aspectos da ilha – a geografia, a fauna, a flora, a vila, a arquitectura e registaram muitos aspectos da sua paisagem social, das suas diversas actividades e falaram com as pessoas, com destaque para o emblemático corvino que é, desde há muitos anos, o meu amigo Óscar José Nunes.
Fizeram um filme que já foi premiado por júris qualificados.
Porém, o filme dura três longas e desnecessárias horas, com diversas sequências que nada acrescentam à narrativa, enquanto outros aspectos interessantes da vida da ilha são ignorados. Apesar disso, o filme é imperdível pela beleza das imagens e, para quem alguma vez visitou o Corvo, é um documento que permite revisitar a ilha e rever muitos dos seus encantos.
sexta-feira, 6 de abril de 2012
O saque e a festança continuam na RTP
O escândalo remuneratório que desde há muito tempo beneficia as chamadas estrelas da RTP e os seus gestores, prossegue. Ninguém, nem na Administração nem na tutela, parece interessado em acabar com aquele desproporcionado saque, numa altura em que se pedem sacrifícios a todos os portugueses.
O principal responsável por este assalto aos dinheiros públicos é o Presidente da RTP, que está lá desde 2008 e não quis ou não foi capaz de moralizar aquela casa, apesar da Comissão de Trabalhadores da RTP ter defendido que o salário do Presidente da República deve servir de tecto máximo para os salários da empresa.
De vez em quando o Correio da Manhã recorda-nos a afronta salarial que é a RTP.
A RTP tem 2250 funcionários, dos quais 31 têm um salário igual ou superior ao que está fixado para o Presidente da República (6523 euros mensais que não recebe por ter optado pelos dez mil euros das reformas do Banco de Portugal e da Caixa Geral de Aposentações). O salário mais alto na RTP é superior a 30 mil euros e há oito funcionários que ganham mais do dobro do Presidente da República.
Este ano, a RTP vai receber do Governo uma transferência recorde: 591 milhões de euros. É um milhão e 619 mil euros por dia! É o nosso dinheiro que vai directamente para os salários daquela gente, para os seus carros de serviço, para as suas viagens, para as suas dívidas. É mesmo uma pouca vergonha. Porque é que os valentões do governo são fortes com os fracos e nada fazem na RTP?
O principal responsável por este assalto aos dinheiros públicos é o Presidente da RTP, que está lá desde 2008 e não quis ou não foi capaz de moralizar aquela casa, apesar da Comissão de Trabalhadores da RTP ter defendido que o salário do Presidente da República deve servir de tecto máximo para os salários da empresa.
De vez em quando o Correio da Manhã recorda-nos a afronta salarial que é a RTP.
A RTP tem 2250 funcionários, dos quais 31 têm um salário igual ou superior ao que está fixado para o Presidente da República (6523 euros mensais que não recebe por ter optado pelos dez mil euros das reformas do Banco de Portugal e da Caixa Geral de Aposentações). O salário mais alto na RTP é superior a 30 mil euros e há oito funcionários que ganham mais do dobro do Presidente da República.
Este ano, a RTP vai receber do Governo uma transferência recorde: 591 milhões de euros. É um milhão e 619 mil euros por dia! É o nosso dinheiro que vai directamente para os salários daquela gente, para os seus carros de serviço, para as suas viagens, para as suas dívidas. É mesmo uma pouca vergonha. Porque é que os valentões do governo são fortes com os fracos e nada fazem na RTP?
quinta-feira, 5 de abril de 2012
Um ano depois da troika
A edição de hoje do Diário Económico informa que “um ano depois de Portugal ter feito o pedido de ajuda financeira à troika, a economia portuguesa está bem pior. Todos os principais indicadores da economia nacional registaram agravamentos, com excepção das exportações – e mesmo estas estão em abrandamento”.
O jornal ilustra a sua primeira página com as fotografias do actual e do anterior Primeiro-Ministro e, dessa forma, induz os seus leitores a fazer comparações. E não podemos deixar de ficar seriamente preocupados.
Em Março de 2011 a dívida directa do Estado era de 152,48 mil milhões de euros, mas em Fevereiro de 2012 era de 180,71 – aumentou 18%! A taxa de desemprego passou de 12,7% para 14,5% - temos mais cem mil desempregados. Os juros da dívida subiram de 8,5 % para 12,0 %. O PIB contraiu-se 2,8 % nos últimos três meses de 2011. O consumo privado caiu 6,5% nos últimos três trimestres do ano passado. Em Março as vendas de automóveis caíram 49,2 % em relação ao mesmo mês do ano anterior. O principal índice da bolsa portuguesa (PSI20), que há um ano estava nos 7.816,7 pontos, está agora nos 5.544.9 pontos, perdendo 41% em menos de um ano. O crédito malparado atinge um recorde de mais de dois mil milhões de euros. As famílias devolvem 20 casas por dia aos bancos. Os jovens emigram. O pequeno comércio fecha as portas. A saúde e os transportes encareceram brutalmente. Os impostos aumentaram. Os subsídios de Natal e férias de 2012 e 2013 foram cortados para quase todos e, depois, estão em risco de extinção. Um ano depois da troika, o país está sem ânimo, sem confiança e sem fé.
O jornal ilustra a sua primeira página com as fotografias do actual e do anterior Primeiro-Ministro e, dessa forma, induz os seus leitores a fazer comparações. E não podemos deixar de ficar seriamente preocupados.
Em Março de 2011 a dívida directa do Estado era de 152,48 mil milhões de euros, mas em Fevereiro de 2012 era de 180,71 – aumentou 18%! A taxa de desemprego passou de 12,7% para 14,5% - temos mais cem mil desempregados. Os juros da dívida subiram de 8,5 % para 12,0 %. O PIB contraiu-se 2,8 % nos últimos três meses de 2011. O consumo privado caiu 6,5% nos últimos três trimestres do ano passado. Em Março as vendas de automóveis caíram 49,2 % em relação ao mesmo mês do ano anterior. O principal índice da bolsa portuguesa (PSI20), que há um ano estava nos 7.816,7 pontos, está agora nos 5.544.9 pontos, perdendo 41% em menos de um ano. O crédito malparado atinge um recorde de mais de dois mil milhões de euros. As famílias devolvem 20 casas por dia aos bancos. Os jovens emigram. O pequeno comércio fecha as portas. A saúde e os transportes encareceram brutalmente. Os impostos aumentaram. Os subsídios de Natal e férias de 2012 e 2013 foram cortados para quase todos e, depois, estão em risco de extinção. Um ano depois da troika, o país está sem ânimo, sem confiança e sem fé.
Submarinos estimulam o orgulho indiano
A imprensa indiana dá hoje grande destaque à chegada à base naval de Visakhapatnam do INS Chakra, o primeiro submarino atómico de ataque indiano, referindo com indisfarçável orgulho que a República da Índia se juntou ao restrito grupo de seis países de elite que possuem submarinos nucleares. Em primeira página, a edição de hoje do jornal The Hindu titula: “For a strong Navy”.
A Marinha indiana apenas começou a operar submarinos convencionais em 1967 e, entre 1988 e 1991, operou um submarino nuclear russo por aluguer “para ver como era”. Experimentou, gostou e encomendou.
O novo submarino foi construído nos estaleiros russos de Vostok, desloca 12 mil toneladas e aloja uma tripulação de 80 homens. A sua chegada a Visakhapatnam foi um acontecimento nacional a que assistiu o Ministro da Defesa da República da Índia.
Mr. A. K. Antony destacou a cooperação naval russo-indiana e disse que até ao fim do ano serão recebidos o porta-aviões INS Vikramaditya e quinze novas lanchas de ataque rápido, anunciando ainda que, nos próximos 5 anos, a Marinha indiana receberá 5 navios por ano. O ministro terminou o seu discurso de boas vindas, afirmando:
“The nation is really proud of this latest addition to the Indian Navy. All of us look forward to operate this powerful platform. I am confident that whenever called upon, INS Chakra, would bring credit and glory to our country and the Indian Navy”.
Portugal tem uma tradição submarina desde 1913 e possui dois submarinos convencionais adquiridos recentemente. Ignorando que o BPN nos custou 8 submarinos, os nossos governantes têm escarnecido a sua aquisição e ignoram a sua utilidade. Os submarinos estimulam o orgulho indiano, mas aqui parece que envergonham e até temos um cadilhe que os quer vender. Uma tristeza nacional!
A Marinha indiana apenas começou a operar submarinos convencionais em 1967 e, entre 1988 e 1991, operou um submarino nuclear russo por aluguer “para ver como era”. Experimentou, gostou e encomendou.
O novo submarino foi construído nos estaleiros russos de Vostok, desloca 12 mil toneladas e aloja uma tripulação de 80 homens. A sua chegada a Visakhapatnam foi um acontecimento nacional a que assistiu o Ministro da Defesa da República da Índia.
Mr. A. K. Antony destacou a cooperação naval russo-indiana e disse que até ao fim do ano serão recebidos o porta-aviões INS Vikramaditya e quinze novas lanchas de ataque rápido, anunciando ainda que, nos próximos 5 anos, a Marinha indiana receberá 5 navios por ano. O ministro terminou o seu discurso de boas vindas, afirmando:
“The nation is really proud of this latest addition to the Indian Navy. All of us look forward to operate this powerful platform. I am confident that whenever called upon, INS Chakra, would bring credit and glory to our country and the Indian Navy”.
Portugal tem uma tradição submarina desde 1913 e possui dois submarinos convencionais adquiridos recentemente. Ignorando que o BPN nos custou 8 submarinos, os nossos governantes têm escarnecido a sua aquisição e ignoram a sua utilidade. Os submarinos estimulam o orgulho indiano, mas aqui parece que envergonham e até temos um cadilhe que os quer vender. Uma tristeza nacional!
terça-feira, 3 de abril de 2012
O Ocean Revival no Algarve
O Projecto Ocean Revival que vai ser desenvolvido na costa algarvia em frente de Portimão, em zona de águas limpas e pouco profundas, já está em andamento.
O projecto visa a criação de um núcleo de recifes artificiais a partir de navios afundados para o efeito, que se constituirão como um espaço museológico subaquático, vocacionado para o turismo de mergulho. O projecto está a ser coordenado pela MUSUBMAR - Associação para a Promoção e Desenvolvimento do Turismo Subaquático, uma organização não lucrativa criada para transformar esta ideia em realidade, tendo o apoio da Marinha Portuguesa, da Câmara Municipal de Portimão, do Instituto do Turismo de Portugal, do PADI – Professional Association of Diving Instructors e de outras entidades.
A Marinha disponibilizou quatro dos seus navios já abatidos ao efectivo há alguns anos para, em vez de serem desmantelados numa qualquer sucata, continuarem a prestar outros serviços ao país, agora como atracções subaquáticas: fragata Hermenegildo Capelo (F 481), corveta Oliveira e Carmo (F 489), navio-patrulha Zambeze (P 1147) e navio-hidrográfico Almeida Carvalho (A 527).
Dois desses navios já se encontram em Portimão onde irão ser submetidos aos necessários trabalhos de descontaminação, antes do seu afundamento. Estima-se que o projecto importe em três milhões de euros, mas no seu financiamento não estão previstos quaisquer fundos públicos.
O Ocean Revival será um parque inovador e será uma atracção turística para os visitantes e, em especial, para os mergulhadores do mundo inteiro.
O projecto visa a criação de um núcleo de recifes artificiais a partir de navios afundados para o efeito, que se constituirão como um espaço museológico subaquático, vocacionado para o turismo de mergulho. O projecto está a ser coordenado pela MUSUBMAR - Associação para a Promoção e Desenvolvimento do Turismo Subaquático, uma organização não lucrativa criada para transformar esta ideia em realidade, tendo o apoio da Marinha Portuguesa, da Câmara Municipal de Portimão, do Instituto do Turismo de Portugal, do PADI – Professional Association of Diving Instructors e de outras entidades.
A Marinha disponibilizou quatro dos seus navios já abatidos ao efectivo há alguns anos para, em vez de serem desmantelados numa qualquer sucata, continuarem a prestar outros serviços ao país, agora como atracções subaquáticas: fragata Hermenegildo Capelo (F 481), corveta Oliveira e Carmo (F 489), navio-patrulha Zambeze (P 1147) e navio-hidrográfico Almeida Carvalho (A 527).
Dois desses navios já se encontram em Portimão onde irão ser submetidos aos necessários trabalhos de descontaminação, antes do seu afundamento. Estima-se que o projecto importe em três milhões de euros, mas no seu financiamento não estão previstos quaisquer fundos públicos.
O Ocean Revival será um parque inovador e será uma atracção turística para os visitantes e, em especial, para os mergulhadores do mundo inteiro.
Malvinas/Falklands
Há trinta anos, entre os dias 2 de Abril e 14 de Junho de 1982, a Argentina e o Reino Unido envolveram-se numa imprevista, improvável e dura guerra de 74 dias pela disputa da soberania de umas ilhas do Atlântico Sul, respectivamente as Malvinas (a que os ingleses chamam Falklands), a Geórgia do Sul e a Sandwich do Sul.
Estas ilhas foram ocupadas militarmente pelo Reino Unido em 1833, poucos anos depois da independência argentina, mas sempre foram reclamadas pela Argentina como parte integrante do seu território e consideradas ilegalmente ocupadas por uma potência invasora. Assim aconteceu durante muitos anos.
Há trinta anos atrás, numa precipitada atitude nacionalista, a Junta Militar que governava a Argentina decidiu invadir as Malvinas, mas o governo de Margaret Thatcher reagiu e promoveu uma operação militar que derrotou as tropas argentinas e recuperou as ilhas. Ontem, essa guerra foi evocada nos dois países que homenagearam os seus mortos – 655 argentinos, 255 ingleses e 3 habitantes locais. Porém, essa evocação serviu também para ressuscitar as reivindicações e estimular o orgulho nacional dos argentinos que há trinta anos foram humilhados pelos britânicos.
Todos os jornais argentinos destacam o assunto e a presidente Cristina Kirchner assumiu pela primeira vez a reivindicação argentina e a defesa de soluções pacíficas para o conflito, solicitando a abertura de negociações sobre a soberania das Ilhas Malvinas sob a égide das Nações Unidas.
Embora o actual governo britânico afirme que não há nada para se discutir, se não houver o prévio consentimento dos três mil kelpers ou moradores das ilhas, o facto é que o problema das Malvinas está de novo na agenda internacional.
Estas ilhas foram ocupadas militarmente pelo Reino Unido em 1833, poucos anos depois da independência argentina, mas sempre foram reclamadas pela Argentina como parte integrante do seu território e consideradas ilegalmente ocupadas por uma potência invasora. Assim aconteceu durante muitos anos.
Há trinta anos atrás, numa precipitada atitude nacionalista, a Junta Militar que governava a Argentina decidiu invadir as Malvinas, mas o governo de Margaret Thatcher reagiu e promoveu uma operação militar que derrotou as tropas argentinas e recuperou as ilhas. Ontem, essa guerra foi evocada nos dois países que homenagearam os seus mortos – 655 argentinos, 255 ingleses e 3 habitantes locais. Porém, essa evocação serviu também para ressuscitar as reivindicações e estimular o orgulho nacional dos argentinos que há trinta anos foram humilhados pelos britânicos.
Todos os jornais argentinos destacam o assunto e a presidente Cristina Kirchner assumiu pela primeira vez a reivindicação argentina e a defesa de soluções pacíficas para o conflito, solicitando a abertura de negociações sobre a soberania das Ilhas Malvinas sob a égide das Nações Unidas.
Embora o actual governo britânico afirme que não há nada para se discutir, se não houver o prévio consentimento dos três mil kelpers ou moradores das ilhas, o facto é que o problema das Malvinas está de novo na agenda internacional.
segunda-feira, 2 de abril de 2012
A Semana Gastronómica do Borrego
Nesta semana da Páscoa em que as escolas estão fechadas e a meteorologia nos estimula a sair da cidade, um passeio pelo Alentejo é uma escolha muito recomendável para quem o possa fazer. Para além do seu riquíssimo património histórico e monumental, o Alentejo exibe agora as suas verdes paisagens muito floridas e, como sempre, a sua apreciada gastronomia de sabores.
É neste atraente quadro que decorre a Semana Gastronómica do Borrego, uma iniciativa promovida pelo Turismo do Alentejo.
Assim, entre os dias 2 e 9 de Abril, em mais de cem restaurantes espalhados por todo o território alentejano, o borrego vai ser o rei dos mais tradicionais ensopados e caldeiradas, mas também dos folhados e das empadas mais sofisticadas, para além dos apreciados assados e do sarapatel.
Esta é a melhor época do ano para percorrer o Alentejo, utilizando as estradas secundárias e visitando as pequenas vilas e aldeias, pelo que as ofertas gastronómicas adicionais que a Semana Gastronómica do Borrego nos oferece, tornam ainda mais recomendável esta oportunidade para visitar o Alentejo. Com a situação difícil que o país atravessa, fazer férias cá dentro ainda tem mais sentido.
É neste atraente quadro que decorre a Semana Gastronómica do Borrego, uma iniciativa promovida pelo Turismo do Alentejo.
Assim, entre os dias 2 e 9 de Abril, em mais de cem restaurantes espalhados por todo o território alentejano, o borrego vai ser o rei dos mais tradicionais ensopados e caldeiradas, mas também dos folhados e das empadas mais sofisticadas, para além dos apreciados assados e do sarapatel.
Esta é a melhor época do ano para percorrer o Alentejo, utilizando as estradas secundárias e visitando as pequenas vilas e aldeias, pelo que as ofertas gastronómicas adicionais que a Semana Gastronómica do Borrego nos oferece, tornam ainda mais recomendável esta oportunidade para visitar o Alentejo. Com a situação difícil que o país atravessa, fazer férias cá dentro ainda tem mais sentido.
domingo, 1 de abril de 2012
Sinais preocupantes
Todos sabemos como é difícil e complexa a equação económico-financeira com que nos defrontamos, pelo que os nossos governantes não se podem distrair. Infelizmente há muitos que ainda andam deslumbrados com o poder e com o pin na lapela, mas também demasiado ocupados com os seus interesses pessoais, as suas viagens, os seus amigos e as suas mordomias.
Há cerca de um ano, essa gente afirmou que o nosso problema não tinha relação com a crise internacional e que resultava dos erros do anterior governo e da teimosia do seu chefe, das gorduras do Estado e do excesso de institutos públicos. Ganharam eleições. Ocuparam a EDP e a CGD. Empregaram boys e mini-boys. Porém, hoje vê-se que aquele era um discurso de propaganda e, antes que seja desmascarado pelas evidências, foi montada uma cortina de fumo de protecção e foi retomado o ataque ao anterior governo, o que vem fragilizar a base social de apoio que tem apoiado o actual governo e complicar ainda mais o nosso futuro.
Entretanto, a falta de dinheiro está a levar muitas famílias a não pagar os empréstimos que contraíu e a devolver milhares de imóveis aos bancos. Só no ano passado foram devolvidas quase sete mil casas e o mercado imobiliário está inundado. Agora, chega a notícia de que em Janeiro, mais de 100 mil trabalhadores tinham o seu salário penhorado, dos quais cerca de metade são funcionários públicos, havendo mais de nove mil pessoas que já declararam insolvência. A situação já é dramática para muitas famílias que serão devoradas pela banca, pelo fisco, pela fome, pela pobreza. Os nossos governantes não se podem distrair com estes preocupantes sinais que podem prenunciar o caminho da desagregação social.
Há cerca de um ano, essa gente afirmou que o nosso problema não tinha relação com a crise internacional e que resultava dos erros do anterior governo e da teimosia do seu chefe, das gorduras do Estado e do excesso de institutos públicos. Ganharam eleições. Ocuparam a EDP e a CGD. Empregaram boys e mini-boys. Porém, hoje vê-se que aquele era um discurso de propaganda e, antes que seja desmascarado pelas evidências, foi montada uma cortina de fumo de protecção e foi retomado o ataque ao anterior governo, o que vem fragilizar a base social de apoio que tem apoiado o actual governo e complicar ainda mais o nosso futuro.
Entretanto, a falta de dinheiro está a levar muitas famílias a não pagar os empréstimos que contraíu e a devolver milhares de imóveis aos bancos. Só no ano passado foram devolvidas quase sete mil casas e o mercado imobiliário está inundado. Agora, chega a notícia de que em Janeiro, mais de 100 mil trabalhadores tinham o seu salário penhorado, dos quais cerca de metade são funcionários públicos, havendo mais de nove mil pessoas que já declararam insolvência. A situação já é dramática para muitas famílias que serão devoradas pela banca, pelo fisco, pela fome, pela pobreza. Os nossos governantes não se podem distrair com estes preocupantes sinais que podem prenunciar o caminho da desagregação social.
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