A edição de hoje
do jornal La Voz de Galicia destaca em título de primeira página que
“Galicia compromete su futuro al perder 120.000 jóvenes en seis años” e
assinala que “o brutal colapso da população de entre 15 e 34 anos desenha um
horizonte negro devido à emigração e à baixa da natalidade”.
As semelhanças sociais
e culturais entre Portugal e a Galiza são enormes, mas essa semelhança também
se verifica nos problemas por que passam, um dos quais é a emigração. Porém,
enquanto o jornal galego denuncia que o futuro está comprometido, os jornais e
os jornalistas portugueses não parecem preocupar-se com este problema, preferindo
dedicar-se às pequenas coisas que não enervem o poder político. Porém, em
Portugal o problema da emigração é bem mais grave do que na Galiza e, segundo o
INE, só em 2012 emigraram 121 mil portugueses e de acordo com um estudo
publicado em Dezembro passado, verifica-se que “40% dos portugueses admite
emigrar ou já emigrou”.
Se recordarmos o
ano de 2011, encontraremos vários governantes, incluindo o primeiro ministro Coelho
e o seu adjunto Relvas, a aconselhar os jovens “a sair da sua zona de conforto
e ir para além das nossas fronteiras”. Milhares deles deixaram o nosso país, daí resultando a desertificação do
território nacional e uma crescente ausência de perspectivas para o futuro.
Pois são estes mesmos políticos insensíveis e ignorantes - que agora rejubilam
porque a troika anda satisfeita e “os
emigrantes enviam cada vez mais dinheiro” - que têm vindo a comprometer o
futuro do nosso país ao mandar emigrar a mais qualificada geração alguma vez
criada em Portugal.
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