Depois de uma
certa euforia que se verificou com a chegada das primeiras vacinas contra o covid-19, as últimas notícias têm sido
devastadoras e preocupantes. Ontem foi anunciado que nas últimas 24 horas
houve 10.176 de novos casos de pessoas infectadas e 118 óbitos. Nunca os números
tinham sido tão elevados em Portugal e o jornal Público escreve na sua
edição de hoje que é “o princípio do pior”.
Porém, como o espaço público está
cheio de pseudo-especialistas que nos vão enchendo a cabeça com as mais
desencontradas das suas verdades, fica-nos a dúvida sobre se é realmente o
princípio do pior como hoje titula aquele jornal ou se estamos apenas a pagar a
factura dos descuidos e de alguma extravagância que a época natalícia propiciou.
Por outras palavras, fica-nos a dúvida sobre se é o princípio do pior ou se é o
princípio do melhor. O facto é que o assunto é muito sério e que, para além das
normais medidas preventivas de defesa pessoal para evitar contágios, há cada
vez menos lugar para facilitismos e para exposições desnecessárias.
Tão grave
como o covid-19 é que nos descuidemos
e que baixemos os nossos níveis de actividade física e intelectual ou que nos
rendamos à quebra das nossas rotinas. Por isso, para além dos cuidados que a
situação pandémica a todos obriga, há que manter muita serenidade e muita
confiança, porque há que pensar que os dias melhores estão para vir. Significa,
portanto, que há que ter todos os cuidados, mas que também é preciso pensamento
positivo.
A situação é assustadora como assustador é o facto de vermos por todo o lado muitas e muitas pessoas que, por ignorância ou laxismo, muito pouco ligam aos cuidados mínimos de prevenção. Enquanto assim fôr, não há governo ou autoridades sanitárias que levem a bom porto a sua luta. Terá a sociedade de passar a ser polícia de si própria, com todos os perigos que isso acarreta? Esperemos que não.
ResponderEliminar