No passado dia 11
de Novembro a República Popular de Angola celebrou o 47º aniversário da sua
independência e essa efeméride foi comemorada a preceito, tendo sido salientada
pela imprensa angolana.
Porém, o semanário folha 8 que é dirigido pelo
jornalista William Tonet e que se afirma como um orgão de informação livre,
nacionalista, independente e “comprometido com a verdade desde 1995”, assinalou
a efeméride como a voz da oposição ao governo angolano, que diz ser “do MPLA há
47 anos”.
Na sua última
edição, o semanário destaca que “há 47 anos Angola trocou de colonos” e que a
“independência resultou em mais do mesmo (nada)”, ilustrando estas frases com
as fotografias de alguns dos líderes portugueses e angolanos que consumaram a
independência de Angola - Costa Gomes, Agostinho Neto e Rosa Coutinho. Segundo o
referido semanário, a maioria dos angolanos têm sido discriminados, mais do que
nunca, estando “a ser conduzidos para uma nova colonização e escravidão,
capitaneada, infelizmente, por aqueles que se julgava fazerem parte do trio de
libertadores”, que tiveram “o único sonho de se substituírem ao colonialismo
branco português”, embora adoptando os seus hábitos e costumes.
Por isso, ainda
segundo o citado semanário, o dia 11 de Novembro “é a data em que Angola
comemora o dia da substituição dos colonos portugueses pelos colonos do MPLA e
a que, eufemisticamente, chamam de Independência Nacional”, lamentando que
“após 47 anos, a terra angolana não seja propriedade do povo e sim do
partido-Estado”.
A última edição
da folha
8 é demolidora para o governo angolano e para os seus dirigentes, não
poupando o presidente João Lourenço que, depois do longo consulado de José
Eduardo dos Santos, tem tido pela frente uma tarefa muito complexa e que,
naturalmente, precisa de tempo para produzir melhores resultados.
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